O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, anunciou nesta quinta-feira, 22/10, durante coletiva na sede da prefeitura, zona Oeste, um pedido de investigação, junto aos ministérios públicos Federal (MPF-AM) e do Estado (MPE-AM), sobre crimes ambientais praticados em uma área invadida, no bairro Coroado, zona Leste, nas proximidades do corredor ecológico do Mindu, que resultou na morte de inúmeros sauins-de-manaus, além de árvores derrubadas.
“Árvores foram derrubadas, houve agressão à fauna e à flora e mortes de animais. É uma invasão com suspeita muito forte de ter influência e financiamento do tráfico de drogas. As duas coisas devem ser investigadas, firmemente, pelos ministérios públicos Estadual e Federal”, afirmou o prefeito, que estava acompanhado da primeira-dama e presidente da Comissão Especial de Paisagismo e Urbanismo do Município, Elisabeth Valeiko Ribeiro, além do secretário municipal de Meio Ambiente, Antônio Nelson, e do procurador-geral do município, Rafael Albuquerque.
Arthur Neto também destacou a utilização de uma retroescavadeira, pelo proprietário do terreno, para inibir os invasores, em sua maioria venezuelanos, o que teria agravado ainda mais o crime ambiental no local. “A empresa, dona do terreno, não tinha ordem judicial para retirar os invasores do lugar e utilizou uma retroescavadeira, o que resultou na destruição de árvores e a morte de inúmeros sauins, uma espécie ameaçada de extinção. Os órgãos fiscalizadores devem fazer uma investigação enérgica do que aconteceu no terreno”, salientou.
Mesmo sendo privada, a referida área, de acordo com o titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Antônio Nelson de Oliveira Júnior, vinha sendo monitorada pelo órgão, por se tratar de um fragmento de mata, localizado nas proximidades do corredor ecológico do Mindu, e apresentar uma grande quantidade da espécie sauim-de-manaus, no local.
“A Semmas vem acompanhando a ação, junto com a Dema (Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente e Urbanismo). Já foram retirados materiais do terreno, entre eles materiais de campanha política, algumas pessoas também foram retiradas, de onde seria um foco de invasão, possivelmente financiado pelo tráfico. A empresa, dona do terreno, alegou uma ação de recomposição da cerca, mas quando entramos foi constatado danos graves ao meio ambiente. A prefeitura está tomando todas as medidas cabíveis e conta com o apoio da Dema”, informou o secretário Antônio Nelson.
O procurador-geral do Município, Rafael Albuquerque, ressaltou ainda que imagens da área ocupada, irregularmente, evidenciam uma grande quantidade de animais mortos no local. Segundo ele, além das medidas tomadas pelo município, providências paralelas também devem ser adotadas pelos demais órgãos fiscalizadores. “Vamos acionar o MPE e MPF, para apurar com vigor essas denúncias e suas consequências ao meio ambiente”, informou.