Os sintomas da hipertermia variam de acordo com o estágio e de quanto o corpo está superaquecido, mas, no geral, há a conhecida sensação de mal-estar, com indisposição, fadiga e tontura.
“Sem dúvida, a queda de pressão é sintoma inicial. Porque, em temperaturas maiores, o organismo tende a ter uma vasodilatação. Ou seja, o calibre das artérias aumenta para fazer a compensação e tentar se resfriar. Então, a pessoa começa a ter tontura da queda de pressão”, explica o cardiologista e clínico geral Marcelo Sampaio, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Ainda segundo o médico, a hipertermia afeta vários órgãos e subsistemas, um deles é o neurológico. “As pessoas começam a ter irritabilidade, alterações comportamentais, alterações confusionais, podem ter uma dor de cabeça muito marcante e muito forte e, se essas alterações neurológicas evoluírem, a pessoa pode chegar à sonolência, estupor (inconsciência profunda) e até mesmo coma”, diz.
O subsistema cardiológico também é outro que pode ser afetado. Isso acontece porque, em altas temperaturas, pode haver uma vasodilatação, queda da pressão arterial, engrossamento do sangue, e a possibilidade da formação de coágulos e obstrução das artérias coronárias do coração, o que pode gerar um infarto.
“Além do mais, a frequência cardíaca aumenta e as pessoas predispostas podem ter arritmias. E essas arritmias podem ser uma simples palpitação, como um ataque cardíaco importante e até mesmo uma parada cardíaca”, alerta o cardiologista.
Porém, o médico esclarece que a hipertermia não vai acontecer se a pessoa estiver em casa com o ar-condicionado ligado e for até a padaria, por exemplo. Segundo ele, um trajeto curto como esse não é capaz de provocar hipertermia. Por outro lado, a condição pode facilmente ocorrer se a pessoa sair entre 10h e 17h para fazer exercício físico por um tempo de exposição prolongado.
Listamos a seguir os principais sinais da hipertermia para ficar atento:
Nível 1:
- Suor excessivo
- Exaustão
- Pele ruborizada ou vermelha
- Dor de cabeça
- Tontura
- Náusea
Nível 2:
- Pele fria, pálida e úmida
- Suor extremo ou forte
- Pulso rápido mas fraco
- Náuseas, vômitos e diarreia
- Dor de cabeça
- Cãibras nas extremidades
- Fraqueza
- Sede intensa
- Tontura
- Urina escura (amarelo forte)
- Dificuldade em prestar atenção ou concentração
- Desmaio temporário ou perda de consciência
Se esses sinais aparecerem, a recomendação é ir para um local mais fresco, protegido do sol, borrifar água no corpo e aplicar compressas de gelo no pescoço, axilas e virilha.
Caso os sintomas persistirem por 15 minutos, é importante procurar atendimento médico. “Às vezes, você tem situações de tonturas leves, com palpitação, uma dor no peito, mas isso passa. Mas quando os sintomas persistirem, forem progressivos e a pessoa estiver ainda exposta ao calor, aí, ela deve procurar atendimento médico”, orienta o especialista da BP.
Dicas para evitar a hipertermia
Junto ao alerta para o risco de hipertermia, o Inmet orientou as seguintes medidas durante os dias quentes:
- Beber bastante líquido;
- Evitar atividades físicas de esforço;
- Evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia;
- Usar hidratante para pele e umidificar o ambiente;
- Evitar bebidas diuréticas (café e álcool);
Em caso de dúvidas, é possível esclarecê-las com a Defesa Civil (telefone 199) e o Corpo de Bombeiros (telefone 193).
De acordo com a previsão do Inmet, a umidade do ar irá aumentar gradualmente com aproximação de frente fria do sul do país e com a chuva prevista a partir de quinta-feira, sobretudo na sexta-feira, 9. É quando o padrão de bloqueio atmosférico deve ser rompido e a umidade conseguirá alcançar também o centro e Sudeste do país.