*Lucas dos Santos – Especial para Dia a Dia Notícia
O Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) publicou a autorização para uso “precário e oneroso” da polêmica roda-gigante inaugurada pelo prefeito David Almeida (Avante) na semana passada. O documento foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) dessa terça-feira (25), cinco dias após a inauguração, embora tenha sido assinada em 11 de novembro. A autorização precária e onerosa significa que pode ser revogada a qualquer momento e permite a cobrança dos ingressos, geridos por uma empresa recém-inaugurada e vendidos por até R$ 46.
De acordo com o extrato no DOM, a empresa HM Diversões, cujo nome fantasia é Nenê Park, conhecido parque de diversões na avenida Autaz Mirim, tem permissão para fazer funcionar a roda-gigante na Ponta Negra entre 11 de novembro de 2025 e 11 de maio de 2026, exatamente seis meses. Essa é mais uma da série de polêmicas envolvendo o brinquedo. A Prefeitura de Manaus, inicialmente, divulgou em nota oficial que o trato para a operação era justamente com o Nenê Park.
No entanto, os questionamentos eram sobre a empresa que gerenciaria os ingressos: Wheel Manaus J. P. Diversões Ltda, aberta apenas dois dias antes da inauguração da roda-gigante. O representante da empresa é Jean Praia, professor de zumba e sobrinho do ex-candidato a vereador Hudson Praia (Agir), ex-dançarino do Grupo Carrapicho, aliado do prefeito David Almeida e atualmente nomeado como assessor técnico II no Fundo Municipal de Cultura, lotado no gabinete do diretor-presidente.

Dono da roda-gigante em Manaus é cabo eleitoral de David Almeida e professor de zumba
Professores ficam sem meia-entrada na polêmica roda-gigante da gestão de David Almeida
Arrecadação
Com ingresso vendido por até R$ 46 se for comprado on-line, a roda-gigante na Ponta Negra poderá faturar mais de R$ 5 milhões por mês. Um cálculo feito pela reportagem do portal D24am considerou 22 dias úteis e o valor máximo de compra: o empreendimento poderia arrecadar R$ 3,9 milhões por mês entre segunda e sexta-feira e mais R$ 1,6 milhão aos fins de semana, o que superaria facilmente os R$ 5,6 milhões.
Outra polêmica envolvendo o brinquedo é a ausência de meia-entrada para profissionais da educação, embora haja uma lei estadual garantindo esse direito. A meia-entrada da Wheel Manaus é restrita a estudantes, idosos e pessoas com deficiência.


