*Da Redação Dia a Dia Notícia
Belém, sede da COP30, amanheceu neste sábado (15) com a Marcha Mundial pelo Clima. Um dia após o encerramento da primeira semana da Cúpula, lideranças indígenas, amazônicas e comunitárias, do Brasil e de outros países, se reuniram no Mercado de São Brás para defender pautas globais do clima. Entre as principais reivindicações estão a demarcação de territórios tradicionais, financiamento climático para uma transição justa rumo a uma economia de baixo carbono, além de ações de adaptação e combate ao aquecimento global.
A programação da marcha inclui atividades culturais, como oficinas de estandartes e cartazes, bonecos infláveis e também um desfile da cultura paraense com destaque para figuras folclóricas.
A engenheira florestal Andréa Azevedo, de Manaus, descreveu a experiência como histórica e emocionada.
“Nós tivemos a honra de participar da Marcha Global pelo Clima, um movimento que reúne vozes do mundo inteiro em defesa da vida, da floresta e das comunidades. Caminhar ao lado de jovens lideranças indígenas, movimentos sociais e organizações que acreditam em um futuro sustentável reforça muito o nosso compromisso com a Amazônia e com as pessoas que vivem nela”, disse.
Ela contou que já havia participado de manifestações pontuais, mas nenhuma com a magnitude da marcha deste sábado (15).
“A quantidade de pessoas do mundo todo, todas em prol da Amazônia, foi muito emocionante.”

Para Carol Mucida, consultora em sustentabilidade ESG e especialista em direitos humanos, participar da marcha em Belém foi um marco.
“Estou aqui para entender os rumos que o mundo vai tomar diante da crise climática. A marcha é uma manifestação necessária, porque os chefes de Estado estão reunidos decidindo o futuro de povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, periféricos, e todos nós que já sentimos os efeitos do clima. A nossa voz precisa ocupar esses espaços de poder”, afirmou.
Segundo ela, o ato envia um recado claro ao mundo.
“A marcha mostra a diversidade de corpos, povos e histórias que precisam ser incluídas nas soluções climáticas. Não existe justiça climática sem justiça social. As decisões têm que ser tomadas com as pessoas, e não para elas.”

Ao final do evento, a Cúpula dos Povos deve lançar uma carta, formulada ao longo dessa primeira semana de COP e que deve conter as principais reivindicações do grupo no que diz respeito à adaptação e medidas contra a mudança climática.
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