*Lane Gusmão Dia a Dia On-Line
Morar na maior floresta do mundo tem entre as vantagens o cenário deslumbrante, o manauara faz questão de exibir isso nas redes sociais. Com as temperaturas na média dos 35º, sair da cidade em busca de um banho de rio ou cachoeira é quase “obrigatório”.
“Tem gente que vem de outros países pra viver a experiência de estar na floresta, de desfrutar do meio ambiente da forma mais genuína, a gente tão pertinho tem que aproveitar”, disse a autônoma Eliana Carvalho, que tem aproveitado os fins de semana com a família pra conhecer os “banhos” e praias da região.
A jornalista Graziela tem aproveitado os passeios na região e vem mostrando nas redes sociais suas aventuras nos lugares.
“Sempre amei a natureza e como ando sozinha busquei grupos de passeio no Instagram. Percebi que o número de pessoas dobrou nesses últimos meses que foram liberados os passeios. Fico bem impressionada porque antes, ano passado, era um número razoável”, disse a jornalista.
Este ano, o número de pessoas em busca do turismo ecológico aumentou, segundo dados da Polícia Militar, o fluxo de veículos saindo da capital nos fins de semana cresceu e as fiscalizações tiveram de ser intensificadas , são aplicadas em média 500 autos infracionais por final de semana e cerca de 40 remoções de veículos ao parqueamento.
Com as fronteiras fechadas e sem poder viajar, o amazonense está aproveitando para conhecer o próprio Estado, um destino que tem levado milhares de pessoas nos fins de semana para aproveitar os banhos de cachoeira é Presidente Figueiredo.
Os empresários e administradores perceberam esse aumento. O administrador da cachoeira do Santuário, João Victor Marinho, conta que a administração chega a barrar veículos, por conta das regras de distanciamento.
“Eu acredito que a procura aumentou devido à dificuldade de se viajar de avião e, com o verão forte, muita gente tem procurado as cachoeiras, principalmente sábado e domingo. Como ainda estamos na pandemia, nós controlamos o fluxo de pessoas ao mesmo tempo na cachoeira, são apenas 200 (ao mesmo tempo), a partir daí controlamos a entrada e saída de clientes”, disse.
Com o movimento maior, algumas agências inovaram, incluíram até rapel nas cachoeiras. João Paulo Monteiro é instrutor de rapel e criou uma empresa que atua em parceria com as demais, por conta da grande demanda em busca da atividade nas alturas.
“Estamos atendendo hoje uma média de 40 a 50 pessoas, até aumentamos a equipe e fechamos pacotes separados de rapel, visitação nas cachoeiras e camping”, explicou o empresário, segundo ele, a procura foi tanta que ele largou o emprego de carteira assinada para se dedicar à agência de turismo.
“Antes eu fazia pacotes para um fim de semana por mês, agora, trabalhamos no Rapel Urbano durante a semana em Manaus, e nos fins de semana com os pacotes para Presidente Figueiredo, a pandemia influenciou e muita gente tem procurado sair da cidade”, disse.
Segundo o instrutor, qualquer pessoa pode praticar rapel, desde que não tenha problema de pressão alta e com peso até 120kg, por conta do equipamento utilizado.
Quem aproveitou o fim de semana para viver a aventura nas alturas e conhecer uma das dezenas de cachoeiras de Presidente Figueiredo foi a gerente de negócios Wanessa Cavalcante, ela conta que foi a melhor experiência que já viveu.
“A minha experiência com rapel, com a trilha foi muito importante, principalmente nesse período de quarentena que a gente busca um novo sentido para as nossas vidas, me conectar com aquele mundo em que não havia digitalização ou sensações a não ser contato genuíno com as pessoas e com a natureza, foi como me reconectar com a essencial do ser humano. Acho que todo mundo precisa fazer isso, é uma experiência incrível”, disse Wanessa.