*Da Redação Dia a Dia Notícia
Manaus aparece como a terceira pior capital do país em saneamento básico, conforme a pesquisa do Instituto Trata Brasil divulgada nesta sexta-feira (22). O estudo revela que, sob a gestão de David Almeida, a capital amazonense fica atrás apenas de Recife (PE) e Maceió (AL). No cenário nacional, o levantamento mostra que 29,5% dos 77 milhões de domicílios brasileiros ainda não tinham ligação com a rede geral de esgoto, em 2024, evidenciando um quadro crítico em várias cidades, especialmente em Manaus.
Segundo o estudo, a capital amazonense está entre as oito piores capitais no ranking.
1- Recife (PE)
2- Maceió (AL)
3- Manaus (AM)
4- Belém (PA)
5- Rio de Janeiro (RJ)
6- Salvador (BA)
7- São Luís (MA)
8- Porto Velho (RO)
Um dos principais problemas apontados é o baixo investimento no setor. Os 20 melhores municípios do ranking aplicaram, em média, R$ 176,39 por habitante no ano em saneamento, os 20 piores, grupo em que está Manaus, investiram apenas R$ 78,40 por habitante no ano, valor 65% inferior ao patamar considerado necessário pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), de R$ 223,82 .

Esse déficit de recursos se reflete em indicadores alarmantes. No país, 44,8% da população não tem acesso à coleta de esgoto e 16,9% não têm água potável. Em Manaus, a situação é ainda mais crítica, com cobertura de esgoto distante da universalização e índices de perdas de água elevados .
O ranking destaca as disparidades entre regiões do Brasil, no entanto os municípios do Sul e Sudeste, como Campinas (SP), Limeira (SP) e Niterói (RJ), ocupam as primeiras posições, o Norte e o Nordeste concentram as últimas colocações. “O investimento médio por habitante nos 20 municípios piores colocados é quase três vezes menor que o necessário para universalizar os serviços até 2033”, destacou Gesner Oliveira, da GO Associados .
A falta de saneamento adequado compromete diretamente a saúde da população, aumentando a incidência de doenças de veiculação hídrica, além de afetar o turismoa produtividade do trabalho e a qualidade de vida.
Segundo Luana Siewert Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, “o tratamento do esgoto se destaca como o indicador mais distante da universalização nas cidades, representando o principal desafio a ser superado. É imprescindível trazer o saneamento para o centro das discussões e priorizá-lo nas políticas públicas” .
O Novo Marco Legal do Saneamento estabelece que até 2033 todos os brasileiros tenham acesso a água potável e coleta e tratamento de esgoto. Porém os dados do ranking ainda mostram que, sem ampliar os investimentos e melhorar a eficiência na gestão, cidades como Manaus correm o risco de não atingir essa meta até lá.
