*Da Redação do Dia a Dia Notícia
Em uma ação contundente para combater o crime organizado, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) deflagrou, na manhã desta terça-feira (29), a Operação “Militia”. A investigação, que apura a atuação de uma milícia formada por agentes da lei envolvidos em crimes de extorsão e roubo em Manaus, resultou na prisão de oito policiais militares e um perito criminal da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).
Entre os detidos estão quatro integrantes da Força Tática da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM): Marcílio B. Pantoja, André Luiz Silva de Sá, Alijhone G. Gouveia e Augusto César V. Guimarães. A lista de presos inclui ainda o tenente da PM aposentado Júlio de Almeida Lima Filho, Alerson de Almeida Lima (da 23ª Companhia Interativa Comunitária – Cicom), João Bosco de Assis Alves (da cavalaria da PM-AM) e Eldon Nascimento de Sousa (do Comando de Policiamento de Área – CPA Sul), além do perito criminal M.A.F. de A.
Durante as diligências, foram apreendidas 17 armas, incluindo quatro fuzis, e cerca de R$ 11 mil em espécie. Parte da operação ocorreu na sede da Força Tática, no bairro Praça 14 de Janeiro, onde mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Todo o material apreendido foi encaminhado à sede do MP-AM, no bairro Ponta Negra. Os detidos foram levados ao 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde permanecem à disposição da Justiça.
Em coletiva de imprensa, o promotor Armando Gurgel Maia explicou que a investigação teve início em fevereiro deste ano, após a denúncia de um homem que foi retirado à força de seu veículo por um grupo paramentado. “Essa abordagem foi filmada por populares. Essa vítima teve a janela do carro quebrada e foi retirada de dentro do seu próprio veículo. O homem desapareceu por várias horas, ficando sob domínio desses suspeitos até o final da tarde”, detalhou o promotor. O aprofundamento das investigações revelou um segundo caso de extorsão semelhante, envolvendo um casal que teve cerca de R$ 300 mil subtraídos. Um dos sequestrados chegou a ser levado para a casa de um PM integrante do grupo.
Segundo o promotor, os policiais usavam carros com placas frias e selecionavam alvos que estivessem envolvidos em atividades criminosas, ou tivessem parentes ligados a elas, ou ainda pessoas já sob investigação. O objetivo, segundo o MP-AM, era “a busca por dinheiro, armas ou drogas, alguma coisa que pudessem converter em alguma vantagem econômica de alto valor”. Até o momento, três vítimas foram identificadas, mas o MP-AM acredita que haja muitas mais.
O comandante-geral da PM-AM, coronel Klinger Paiva, reforçou que a corporação “não compactua com ações que fogem à ética policial”. Ele afirmou que processos administrativos foram abertos, os suspeitos afastados e suas armas recolhidas, destacando que os envolvidos não representam os mais de 8.500 homens e mulheres que integram a corporação.
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