*Da Redação Dia a Dia Notícia
Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (8) suspeito do envenenamento que matou quatro pessoas de sua família em Parnaíba, no Piauí. Ele também foi hospitalizado no dia 1° de janeiro deste ano, mas recebeu alta. Ao todo, nove pessoas da mesma família comeram um baião de dois (arroz com feijão) envenenado com terbufós, uma substância tóxica semelhante ao “chumbinho” e utilizada como inseticida. As informações são do g1.
Uma criança de quatro anos continua internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). A polícia investiga o caso como homicídio, mas ainda apura quem colocou veneno no arroz e qual foi a motivação.
Em agosto do ano passado, outros dois meninos da mesma família, de 7 e 8 anos de idade, morreram depois de comerem cajus envenenados. Segundo a polícia, não há relação entre os dois envenenamentos. No caso de agosto, uma vizinha que havia dado os cajus para as crianças está presa por duplo homicídio qualificado.
A substância usada para envenenar os cajus e o arroz foi a mesma: o terbufós, segundo o Instituto de Medicina Legal (IML). Esse produto químico é altamente tóxico, usado em pesticidas e na composição do chumbinho. A venda dele é proibida no Brasil.
Ao ser consumido por humanos, o terbufós ataca o sistema nervoso central e a comunicação entre músculos. Ele causa tremores, crises convulsivas, falta de ar e cólicas. Os efeitos aparecem pouco tempo depois da exposição ao veneno e podem deixar sequelas neurológicas e causar a morte.
Veneno encontrado em arroz
O baião de dois tinha sido preparado pela própria família em 31 de dezembro, dia anterior às internações. Segundo o médico Antônio Nunes, diretor do IML, o veneno foi colocado em grande quantidade na comida. “Estava em todo o arroz, em grânulos visíveis”, comentou o médico.
A família também comeu um peixe que tinha sido doado na noite anterior. Inicialmente, houve uma suspeita de que ele pudesse estar estragado ou envenenado, mas a perícia afastou esta hipótese. O casal que deu o peixe à família não é considerado suspeito pela polícia.
Agora, a Polícia Civil investiga como o veneno chegou ao baião de dois. “É impossível ter ido parar lá sem intenção de alguém”, comentou o delegado Abimael Silva.