*Da Redação do Dia a Dia Notícia
O Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) solicitou nesta segunda-feira (25) o arquivamento parcial da Operação Integration, que investiga o envolvimento de figuras públicas com casas de apostas e jogos ilegais. De acordo com o MP-PE, a recente regulamentação das apostas esportivas online afastaria a caracterização do crime de lavagem de dinheiro relacionado às “bets”, ou apostas. O pedido de arquivamento se baseia na ausência de elementos que comprovem crimes financeiros vinculados a algumas das empresas investigadas, incluindo a de Gusttavo Lima e outras figuras públicas.
A Operação Integration foi deflagrada com o objetivo de investigar esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo jogos de azar e apostas ilegais. Ela resultou na prisão da influenciadora Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, além do indiciamento do cantor sertanejo Gusttavo Lima. Apesar dos desdobramentos da operação, o MP-PE optou por solicitar o arquivamento da investigação relacionada à compra e venda de uma aeronave de Gusttavo Lima para as empresas Esportes da Sorte e Vai de Bet, uma vez que não foram encontradas provas suficientes de ocultação de valores ou atividades ilícitas ligadas a essas transações.
Segundo o Ministério Público, a investigação revelou que não há indícios claros de lavagem de dinheiro nas negociações envolvendo essas empresas, nem há correlação financeira entre a Esportes da Sorte e a Vai de Bet, como se sugeria inicialmente. Contudo, a Esportes da Sorte continuará sob investigação, especialmente devido a suspeitas de envolvimento em lavagem de dinheiro proveniente de jogos do bicho. A empresa, vinculada a Darwin Henrique da Silva Filho, é alvo da apuração por supostos crimes financeiros relacionados a apostas ilegais.
O pedido de arquivamento também inclui a solicitação de quebra de sigilos bancário e fiscal da empresa Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos, que segundo o inquérito, atua como intermediária de pagamentos para as empresas investigadas. O MP-PE aguarda a análise desses dados para dar continuidade às investigações e esclarecer possíveis conexões entre as empresas e suas operações financeiras ilegais.
A decisão do MP-PE foi motivada por uma determinação da juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, que havia estipulado um prazo de cinco dias para que o órgão tomasse uma posição sobre as acusações. A juíza exigiu que o MP apresentasse denúncias, pedisse o arquivamento ou solicitasse novas diligências no caso.