*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) divulgou os resultados iniciais de um estudo que avalia a qualidade das águas do rio Negro, um dos maiores rios do mundo e crucial para a biodiversidade e a vida dos habitantes da Amazônia. Realizado como parte da quarta expedição do Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM), o levantamento apresenta um panorama da saúde ambiental do rio e alerta para as interferências da ação humana em sua qualidade.
Outro ponto investigado durante a expedição foi a presença de metais pesados na água, com ênfase no mercúrio, substância altamente tóxica e comum em regiões com atividades mineradoras. No entanto, a equipe da UEA não detectou mercúrio nas amostras analisadas. O professor Duvoisin, no entanto, fez um alerta importante: os equipamentos utilizados na expedição possuem uma sensibilidade limitada para detectar baixos níveis de mercúrio, o que significa que a ausência da substância nas amostras não garante que ela não esteja presente em concentrações menores.
Diante disso, a UEA planeja um monitoramento mais aprofundado no próximo ano, firmando uma parceria com a renomada Universidade de Harvard para aprimorar as técnicas de detecção e análise da qualidade da água, especialmente em relação a poluentes em níveis mais baixos. Essa colaboração visa fortalecer a pesquisa e garantir uma avaliação mais precisa das condições ambientais do rio Negro e de outros cursos d’água da região, essenciais para as comunidades locais que dependem dessas águas para consumo e sustento.
Além do rio Negro, a expedição da UEA também abrangeu outros cursos d’água da região de Manaus, como os rios Tarumã Mirim, Tarumã Açu, São Raimundo, Educandos e Puraquequara. Entre os locais monitorados, os rios São Raimundo e Educandos se destacaram negativamente, apresentando os piores índices de qualidade da água.
Esses rios estão localizados em áreas densamente povoadas e, de acordo com a pesquisa, a baixa qualidade da água nesses cursos d’água é atribuída ao despejo de esgoto doméstico e ao impacto de atividades industriais nas áreas urbanas circundantes. Essa poluição não só compromete a saúde das populações que dependem dessas águas para consumo e lazer, como também afeta diretamente o ecossistema aquático local, colocando em risco a fauna e flora da região.