*Da Redação Dia a Dia Notícia
As organizações indígenas e quilombolas da Amazônia repudiaram, na quarta-feira (13), o discurso do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), sobre a regulamentação do mercado de carbono, que poderia fazer com que os indígenas não precisassem “bater na porta” da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A declaração do político ocorreu durante a abertura de um estande, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024, a COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão.
De acordo com a nota de repúdio divulgada à imprensa, as organizações afirmam que a fala do governador demonstra uma visão preconceituosa e desinformada sobre a realidade dos povos tradicionais.
“Nossas comunidades vivem, manejam e preservam a floresta há milênios, utilizando a biodiversidade, a água e a terra para garantir sustento com autonomia e abundância. Os povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos do Pará e da Amazônia têm um modo de vida que não depende de projetos de mercado de carbono ou de subsídios governamentais para sobreviver”.
Ainda conforme a nota, a fala de Barbalho impõe uma dependência dos povos originários a políticas do governo e reforçam uma “visão reducionista e colonialista sobre nossas comunidades”.
Além disso, as entidades defendem que comunidades indígenas e quilombolas devem possuir a autonomia sobre os territórios e que impor projetos sem a discussão necessária desrespeita a história e põe em risco o direito ao território de futuras gerações. No total, 25 associações e organizações indígenas e quilombolas assinaram a nota de repúdio.