*Da Redação do Dia a Dia Notícia
O apresentador Sikêra Jr. e a emissora RedeTV! foram condenados a pagar R$ 20 mil de indenização a um motorista de Uber que foi falsamente acusado de ser “bandido” e “estuprador” durante a exibição do programa Alerta Nacional em 2022. A decisão, proferida em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, gerou repercussão e levanta questões sobre a responsabilidade da mídia ao tratar de casos sensíveis, especialmente em um contexto de forte influência nas redes sociais. O caso ainda cabe recurso.
O incidente que levou à condenação ocorreu quando uma passageira, durante uma corrida de Uber, fez uma denúncia alegando que o motorista tentava dopá-la. A situação se agravou quando a mulher relatou que o motorista havia fechado os vidros do carro, aberto um frasco e passado um gel nas mãos. Assustada, ela fugiu do veículo, acreditando que poderia ser vítima de um crime. Contudo, investigações posteriores revelaram que o líquido em questão era apenas álcool em gel, utilizado pelo motorista para higienização.
Após a apuração, a perícia concluiu que não havia evidências de crime, e o caso foi arquivado. No entanto, a exposição do motorista no programa de Sikêra Jr. teve um impacto significativo em sua vida, manchando sua reputação e causando-lhe sofrimento emocional.
Sikêra Jr. se defendeu, afirmando que não mencionou o nome do motorista durante a transmissão e que seus comentários eram de caráter genérico. A emissora, por sua vez, alegou que não tinha responsabilidade sobre o conteúdo, uma vez que o programa era produzido pela TV A Crítica, de Manaus, onde o apresentador continua a trabalhar. A argumentação da RedeTV! destaca a complexidade da responsabilidade legal na transmissão de informações, especialmente quando se trata de notícias produzidas por terceiros.
O acórdão, datado de 2 de outubro, não apenas impôs a indenização financeira ao motorista, mas também determinou que a emissora publicasse uma retratação em um noticiário de horário nobre. Essa decisão é significativa, pois evidencia a importância da responsabilidade jornalística e a necessidade de retificação em casos de informações falsas que podem prejudicar a imagem de indivíduos.
A condenação serve como um alerta para a mídia sobre os impactos de acusações infundadas e a urgência em tratar casos de forma ética e responsável. Em um momento em que a desinformação se espalha rapidamente, é crucial que apresentadores e veículos de comunicação verifiquem as informações antes de disseminá-las ao público.