*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas (PF/AM) está mantendo sob sigilo o inquérito que investiga o suposto pagamento de propina a Sebastião Reis, conhecido como “Sabá Reis”, secretário de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp) e amigo pessoal do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). A informação foi apurada pela reportagem da Revista CENARIUM nesta terça-feira, 24.
O envolvimento de Sabá Reis com suspeitas de ilegalidades na administração pública foi constatado na Operação Dente de Marfim, desdobramento da Operação Entulho, iniciada em 2023. A investigação da PF revelou um esquema de pagamentos ilícitos ligados à empresa Mamute Conservação, Construção e Pavimentação Ltda. e o secretário da Semulsp. A gestão de David Almeida aditivou, em 2021, o contrato com a Mamute no valor de mais de R$ 40 milhões.
De acordo com informações obtidas junto ao Ministério Público Federal (MPF), a Operação Dente de Marfim apura pelo menos sete crimes praticados na relação da empresa Mamute e a Prefeitura de Manaus, entre eles: organização criminosa, sonegação fiscal, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica, fraude e lavagem de dinheiro.
Trechos do inquérito
Sabá Reis é citado como a pessoa que recebe “vantagens indevidas” do sócio da empresa Mamute, Carlos Edson de Oliveira Junior, durante o período de interceptações telefônicas da Polícia Federal, autorizadas pela Justiça. Os áudios mostram a entrega de valores ao secretário Sabá Reis, que seria chamado de “chefe”, conforme mencionado diretamente nas conversas.
De acordo com a PF, a ligação entre o empresário Carlos Edson e Sabá Reis constitui uma pista “assaz”, ou seja, suficiente para a ocorrência de outros vários crimes e o indício de repasses de valores para saques em quantitativos expressivos e a possibilidade de direcionamento desses valores a servidores públicos, com fim de alcançar benefícios.
O inquérito da PF apontou ainda que os áudios gravados revelam que o empresário Carlos Edson se propõe a levar valores, em espécie, pessoalmente a Sabá Reis. “Descarta-se, assim, a hipóteses de tratar-se de pagamentos ordinários, decorrentes de contratos firmados na licitação”, aponta o documento.
As investigações da PF, na Operação Dente de Marfim, mostram ainda que a cada nova gravação de ligação telefônica confirma-se as suspeitas das relações diretas entre Sabá Reis e o empresário Carlos Edson, principalmente, no trecho em que se lê que há “forte indicio de que a empresa está realizando o pagamento de vantagem indevida ao atual secretário municipal de Limpeza Pública Sebastião Reis.