O número de reclamações gerais contra planos de saúde enviadas para a ANS (Agência Nacional de Saúde) subiu 34,6% na comparação entre junho e julho.
Boletim divulgado esta semana pela agência mostra que a negativa de cobertura de exames para diagnóstico representa 52% das 10,1 mil queixas relacionadas à covid-19 recebidas desde março. O pico de acionamentos por conta dos testes ocorreu na segunda quinzena de julho, com aumento de 24,2% em relação a quinzena anterior.
A indefinição sobre a obrigatoriedade dos planos em cobrir um dos tipos de exame é apontada pela própria ANS como motivo da alta. Em 14 de julho, a agência derrubou na Justiça a decisão liminar que obrigava os planos de saúde a oferecer testes sorológicos que detectam a presença dos anticorpos IgA, IgG ou IgM no sangue do paciente, produzidos pelo organismo após exposição ao vírus. Mas desde sexta-feira passada, uma nova determinação retomou a cobertura, desde que exista pedido médico e que o paciente apresente sintomas há pelo menos oito dias.
Desde março, os planos de saúde são obrigados a cobrir o exame RT-PCR, que identifica a presença do material genético do vírus, com coleta de amostras da garganta e do nariz. Mas o teste não consegue detectar infecções em estágio inicial ou depois da cura da doença, como é feito com o sorológico.
Outro motivo para o aumento das queixas na ANS, de acordo com a agência, é a retomada dos demais procedimentos comuns que estavam paralisados por conta da pandemia.