*Da Redação Dia a Dia Notícia
Localizado entre as zonas Norte e Leste, duas das que possuem maior índice de criminalidade em Manaus, o Parque Gigantes da Floresta foi inaugurado há menos de quinze dias, no dia 4 de julho, e já foi alvo de vandalismo ocasionado pela falta de segurança efetiva no espaço público. Além disso, a população manauara também reclama da arborização precária no parque, que deveria ser uma referência de área verde.
Mesmo com a Prefeitura de Manaus afirmando que o parque conta com um efetivo de 20 guardas municipais durante a semana, e 40 nos fins de semana, na última segunda-feira (15), o prefeito David Almeida (Avante) veio a público anunciar que uma das esculturas havia sido pichada, com seus cabos elétricos furtados.
Ao invés de anunciar medidas para o problema de fiscalização e policiamento no parque, o prefeito disse que iria recompensar com um Pix de R$ 1 mil quem identificasse os responsáveis pelo delito, uma prática que David Almeida já havia feito em outras situações. Um dia depois, ele informou que os responsáveis haviam sido identificados.
Se a falta de segurança na região persistir, não apenas a integridade da infraestrutura do parque permanecerá em risco, como também a própria vida dos seus frequentadores, já que Manaus é a 3ª capital mais violenta do Brasil, conforme o Atlas da Violência divulgado em junho passado.
Dois dias após a inauguração do Gigantes da Floresta, um homem conhecido como ‘Pezão do PCC’ foi morto a tiros em via pública na calçada ao lado do parque, na alameda Alphaville. Há suspeita de que o crime foi encomendado por uma facção rival da qual a vítima fazia parte.
Marcada pela intensa disputa entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV), Família do Norte (FDN), Cartel do Norte e Primeiro Comando da Capital (PCC), Manaus é a quinta capital com maior quantidade de homicídios em números absolutos. Segundo o Atlas da Violência, o número de homicídios estimados na capital sofreu aumento de 40,6% entre 2020, antes de David Almeida assumir a gestão da Prefeitura de Manaus, em comparação com 2022.
Em um vídeo nas redes sociais, o ex-deputado federal Delegado Pablo denunciou a presença de usuários de drogas em torno do parque, além do problema de acúmulo de lixo em uma das entradas.
“O problema é o entorno do parque e de toda a Manaus, dominada pelas facções criminosas. Eu falo sobre segurança pública, embaixo dessa ponte, ao lado do parque, tem várias pessoas usando drogas. Isso não é normal”, afirma Pablo.
De acordo com o artigo 144 da Constituição Federal, a segurança pública é dever do Estado brasileiro, direito e responsabilidade de todos. Ou seja, é uma responsabilidade compartilhada entre os governos federal, estadual e municipal. Segundo a Lei Complementar 16/2021, a Guarda Municipal de Manaus é destinada à proteção de bens, serviços, logradouros públicos e instalações do Município, bem como à realização do patrulhamento preventivo e comunitário.
Falta de arborização
A precariedade de árvores no Parque Gigantes da Floresta também é uma reclamação entre os manauaras, em uma cidade marcada como a segunda capital menos arborizada do país, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022.
Nas redes sociais, usuários chamam atenção para o fato em uma publicação feita por uma página local. “Vivemos no meio da maior floresta do mundo e todos os projetos grandiosos não tem sequer uma árvore!”, diz um comentário. “Incrível esse gigantes da floresta sem a floresta, só os gigantes”, comenta outra internauta.
Inicialmente orçado em R$ 47,7 milhões, após aditivos de contrato o custo para construção do parque foi de R$ 59,6 milhões. A ordem de serviço foi assinada pela Prefeitura de Manaus em parceria com o Governo do Amazonas, em janeiro de 2023.
A obra foi prometida para o mesmo ano, mas acabou sendo inaugurada apenas em julho deste ano. Ainda há uma segunda etapa, que conforme o prefeito, deverá ser entregue em outubro.
Críticas
A pré-candidata a prefeitura de Manaus, Maria do Carmo Seffair, usou suas redes sociais na quarta-feira (17), para tecer críticas sobre o atual prefeito. A empresária afirma que David Almeida está acostumando a cobrar da população “aquilo” que não oferece, dando como exemplo o caso do Parque Gigantes da Floresta.
“Como é que o prefeito quer cobrar do povo, o zelo que ele não tem pela cidade? […] A impressão que me passa é que ele é uma criança mimada, que teve seu brinquedo quebrado”.
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