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Arquidiocese de Manaus e instituições sociais denunciam tortura policial em Nova Olinda

*Da Redação

Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, dia 17, representantes da arquidiocese de Manaus e instituições sociais entregaram ao Ministério Público do Amazonas um manifesto com várias denúncias de moradores indígenas e ribeirinhos de Nova Olinda do Norte. Entre elas, a prisão de um líder comunitário, presidente da Associação Nova Esperança, que foi preso, após denunciar torturas e invasões na área.

“Nós repudiamos a maneira com que a polícia chegou lá e torturou nossas populações. Temos relato de agora pouco de que uma liderança da associação Nova Esperança do Rio Abacaxis, uma das pessoas que sofreu tortura policial, foi preso”, disse o representante do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Dione Torquato.

Para o Conselho Nacional das Populações Extrativistas, a maior angústia é pela quantidade de denúncia.

“Essa população não pode se tornar vítima do Estado por duas vezes, a gente sabe do histórico de conflito naquela região, somos solidários à morte dos agentes do Estado, mas não podemos esquecer a vida dos nossos irmãos ribeirinhos que vivem lá. O Estado deveria está cuidando e protegendo essas famílias”, argumentou.

Segundo os relatos, desde o dia 03, quando houve o confronto com policiais e dois militares morreram, vários moradores locais foram torturados. A Frente Amazônica de Defesa dos Direitos do Indígenas divulgou que recebeu, nos últimos dias, vários relatos que vão de ameaças a torturas.

“O líder da associação foi torturado por mais de uma hora, esses foram os relatos que chegaram pra nós. A gente fica imaginando o Estado entrar na nossa casa, pegar o nosso filho e colocar dentro de um freezer por horas, que foi o relato que recebemos. Imagine eles que moram nessas comunidades, o filho fugir e ser morto com mais de 70 tiros, como aconteceu lá, segundo relatos”.

A representante da Frente Amazônica de Defesa dos Direitos dos Indígenas, Márcia Silva, disse ainda que, “O Estado está matando, torturando, aterrorizando sem o devido processo legal. Esses são os relatos que chegam até nós. Estamos aqui passado os relatos porque eles estão lá, trancados”, segundo a instituição, o indígena que apareceu morto, boiando no rio Abacaxis, identificado como Josimar Moraes Lopes, indígena munduruku, não tem histórico na criminalidade, como demonstra a certidão negativa da Justiça.

“A certidão que puxamos, cível e criminal, está dizendo que “nada consta” contra ele, e até hoje o Corpo de Bombeiros não foi em busca do irmão dele que está desaparecido desde o dia 07, quando solicitado o envio de ajuda”, finalizou.

MPAM

A arquidiocese de Manaus entregou o manifesto para a representante do MPAM e pediu que órgão acompanhe as ações militares naquela cidade.

A procuradora-geral de Justiça do MPAM, Leda Albuquerque, disse que o órgão enviou uma equipe técnica para Nova Olinda do Norte, para realizar o trabalho de inteligência

“A nossa equipe fez o levantamento das informações, instauramos um procedimento no GAECO com o acompanhamento de dois procuradores de Justiça com expertise nesse tipo de investigação. Já recebemos uma série de documentos que foi juntado a todo restante do material da equipe que foi a cidade. Nós estamos juntos pela defesa dos direitos dessa população, dos indígenas”, disse a PGJ.

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