A ativista de extrema direita Sara Giromini, também conhecida como Sara Winter, foi alvo de duras críticas e tornou-se um dos assuntos mais comentados no Twitter neste domingo (16/8) após divulgar um vídeo no YouTube em que se posiciona contra a realização do aborto na menina de 10 anos que engravidou de um tio que a estuprava desde os 6 anos, de acordo com o Correio Braziliense. A Justiça autorizou o aborto, que deverá ser realizado em Recife, pois médicos no Espírito Santo, onde a menina mora, se recusaram a fazer o procedimento.
No vídeo, Sara defendeu que o aborto não seja feito porque, segundo ela, uma pessoa com acesso a exames da menina afirmou que se trata de uma gestação de cinco meses. Ela ainda divulgou o que seria o primeiro nome da criança vítima de violência sexual, criticou o médico que se dispôs a realizar o aborto e ainda forneceu o endereço do hospital onde ela está internada.
A extremista teve a conta no Twitter bloqueada por ordem de Moraes, em decisão que atingiu outros influenciadores bolsonaristas, mas criou um perfil alternativo na plataforma.
Nesse perfil alternativo, ela informou ainda o endereço do hospital onde o procedimento seria realizado. Neste domingo, dezenas de pessoas cercaram a unidade, assediaram as equipes médicas e a própria vítima e chegaram a tentar invadir o prédio. A polícia teve que intervir, mas a confusão seguiu noite adentro.
Uma das críticas à postura de Sara veio da professora da Universidade de Brasília e especialista em bioética Debora Diniz, que vem acompanhando atentamente o caso. “A moça fanática bolsonarista das tochas saiu da cadeia. Para cometer crime ainda mais terrível: fez vídeo de horror sobre a menina de 10 anos, alegando saber o nome dela. A nomeia. Por favor, não divulguem o vídeo. É uma menina, não uma disputa ideológica”, escreveu a antropóloga.
Sabe a moça das tochas? Vai ser silenciada de novo. É simples: redes sociais não é terra sem lei. As regras civilizatórias básicas, como proteger a identidade de uma menina vítima de abuso sexual, serão respeitadas. Nem que seja pela força do castigo. https://t.co/Yud5V4ZPVF
— Debora Diniz (@Debora_D_Diniz) August 17, 2020
Manifestação em hospital
Após a divulgação do vídeo, um grupo de pessoas contrárias ao aborto foi ao hospital tentar impedir o procedimento. Houve confusão e o médico identificado como o responsável por realizar o aborto foi hostilizado. Veja abaixo:
Estupro, gravidez e os ignorantes mobilizados
Uma garota de 10 anos no Espírito Santo engravida do tio que abusava dela desde os 6 anos de idade.
Um grupo de católicos fundamentalistas se mobiliza contra o aborto, liderados pela neofascista Sara Winter. O inferno é aqui. pic.twitter.com/KUcThe2pNQ— Ricardo Alvarez (@psol_ricardo) August 16, 2020