O comércio varejista cresceu 35,5% no Amazonas e 8% no Brasil, na comparação de junho com maio. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 13. O IBGE também constatou altas nos setores da indústria e de serviços em junho no Amazonas, que igualmente foram destaques no país.
Na avaliação do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jório Veiga, o Amazonas está recompondo os estoques de toda a cadeia produtiva, que haviam se esgotado durante o período de paralisação, o que vem permitindo a recuperação da produção e das vendas.
“No caso do Comércio e Serviços, com a abertura da economia e a diminuição das restrições à circulação de pessoas, a demanda reprimida acabou puxando as compras. O funcionamento, ainda que com restrições, das várias atividades, como restaurantes e academias, por exemplo, fez com que as pessoas circulassem mais e comprassem mais”, aponta.
No setor do comércio varejista, Pará e Ceará também são destaques com crescimento de 39,1% e 29,3% cada. Os destaques de queda ficaram com Rio Grande do Sul (-9,0%), Paraíba (-2,4%) e Mato Grosso (-2,0%).
O desempenho do Amazonas no setor de serviços só ficou atrás do registrado pelo Amapá, com alta de 8,8%. De acordo com o IBGE, entre os 166 serviços investigados pela pesquisa, o segmento de restaurantes foi um dos que mais influenciaram no índice. Ainda conforme o IBGE, o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, disse que a reabertura do segmento impactou no volume de serviços em junho.
Indústria
Em relação ao setor industrial, o Amazonas foi o único estado brasileiro a registrar alta no patamar anterior à pandemia do novo coronavírus, liderando os indicadores do setor em todo o país, onde a média de crescimento foi de 8,9%, de acordo com números do IBGE.
O aumento da produção industrial no Amazonas foi de 65,7% em junho de 2020, em relação a maio, e foi puxado principalmente pela produção de motocicletas e bebidas.
“Um fenômeno interessante é que, com a redução das viagens e férias longe de casa, o orçamento disponível foi redirecionado para melhorias no lar e, em muitos casos, renovação da frota de automóveis. A construção civil tem tido uma participação muito importante, tanto em vendas de unidades novas como na reforma de imóveis”, assinala Jório Veiga.
Exportações
Indicadores da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) também mostram sinais de recuperação da economia, com o crescimento das exportações do Amazonas.
No balanço geral, as exportações aumentaram do Amazonas 30,21% na comparação com maio deste ano, e 17,70% na comparação com o mesmo mês no ano passado. A Venezuela, adquirindo óleo de soja, e os Estados Unidos, comprando ouro em forma bruta, responderam por 43% das exportações do Amazonas em junho deste ano, de acordo com dados apurados pela Sedecti.
Importações
As importações do Amazonas registraram valores na ordem de US$ 618,73 milhões, o que equivale a 5,92% das importações totais do Brasil. Os principais produtos importados foram insumos para o polo eletroeletrônico e de informática. Os dois principais países (China e Vietnã) responderam por cerca de 54,01% do valor das importações realizadas pelo estado.