*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia
Os serviços de água e esgoto da cidade de Manaus foram privatizados em 2000 durante a gestão do ex-prefeito Alfredo Nascimento (PL). Na época, a maior promessa era levar o serviço de coleta e tratamento de esgoto aos habitantes do município. Depois de 24 anos, somente um quarto dos mais de dois milhões de habitantes possuem acesso à coleta de esgoto e nem todo é passível de tratamento.
Segundo os indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em 2021, a capital amazonense oferecia água potável a 97,5% dos moradores, mas somente 25,% eram atendidos por um sistema de coleta de esgoto. Desse total, 21,6% era tratado. Para piorar o cenário, o índice de perdas na distribuição de água chegava a 59,8%, levantando questionamentos sobre o combate a erros na medição, ligações clandestinas de águas – os famosos gatos – e vazamentos nas tubulações.
Segundo o Ranking de Saneamento 2023 do Instituto Trata Brasil, embora tenha subido seis posições em relação ao ano anterior, a cidade de Manaus ocupa o 83º lugar entre as cidades testadas e é a pior capital no quesito saneamento.
No ano passado, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) chegou a realizar uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a atuação da Águas de Manaus, controlada atualmente pela empresa Aegea, após consumidores que não possuem coleta de esgoto serem cobrados justamente com uma taxa de esgoto e um preço abusivo para os que eram atendidos pela coleta.
Os vereadores aprovaram um relatório pedindo a redução da taxa de esgoto para 50% do tarifamento da água. Para os que não possuem acesso, a cobrança deveria ser zerada.