*Da Redação Dia a Dia Notícia
O agropecuarista Elmar Cavalcante Tupinambá foi apontado por uma reportagem do The Intercept Brasil como o principal responsável pelo desmatamento no município de Autazes (AM), localizado a 111 km da cidade de Manaus. Nos últimos dois meses, o município foi palco de mais de 200 focos de incêndio, resultando na nuvem de fumaça que cobre a capital há semanas. O superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, afirmou que “isso é indício de que as queimadas ocorreram em área de pecuária, pois o uso do fogo para renovação do pasto é uma prática comum”.
Desde o ano de 2005, Autazes perdeu aproximadamente 508 hectares de floresta nativa desde 2005, dando lugar a grandes extensões de pasto para alimentar mais de 90 mil bois e búfalos. Elmar Tupinambá, sozinho, foi responsável por 42% do desmatamento nas duas últimas décadas. Em 2022, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) o multou em mais de R$ 1,2 milhão por destruir ou danificar mais de 240 hectares de floresta.
O pecuarista é pai do vice-prefeito de Autazes, Marcelo Tupinambá (Republicanos), e avô do tiktoker Agenor Tupinambá, que recentemente publicou vídeos criticando a falta de atuação das autoridades sobre a questão da fumaça.
Outro empresário do agronegócio apontado pela reportagem é Muni Lourenço Silva Júnior, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea). Em 2016, Muni Lourenço foi multado em R$ 112 mil pelo Ibama, mas afirmou ao Intercept que a multa foi contestada e “tramita administrativamente”.
Em sua atuação como presidente da Faea, discursou contra a demarcação de terras indígenas no município. Autazes possui uma grande população de indígenas Mura, os quais colecionam embates com fazendeiros e grileiros há muitas décadas.