*Da Redação Dia a Dia Notícia
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (20) a Operação Última Milha para investigar o uso indevido de sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Dois mandados de prisão e 25 de busca e apreensão foram cumpridos ao longo do dia.
As investigações apontam que a agência fez 33 mil monitoramentos ilegais durante a gestão do atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) ao longo dos três primeiros anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os servidores utilizaram o sistema FirstMile, que usa tecnologia para mapear a localização de qualquer pessoa que se conecte às redes móveis ou de internet banda-larga. O programa foi desenvolvido pela empresa israelense Cognyte, antiga Verint.
Um dos alvos da operação foi o diretor de logística da Abin, Paulo Maurício Fortunato. Em sua residência, a Polícia Federal apreendeu 170 mil dólares em dinheiro vivo. Mantido no cargo mesmo após o fim da gestão Bolsonaro, Fortunato foi afastado das funções pelo ministro Alexandre de Moraes.
Os agentes Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky foram presos durante a operação
Ilegalidades
Segundo a reportagem publicada pelo jornal O Globo, a Abin teria utilizado o software 1.800 vezes contra políticos, jornalistas, advogados, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outros adversários políticos de Bolsonaro.
Os outros 31.200 monitoramentos foram deletados pela ‘gangue Abin de rastreamento’ – como é chamada pelos investigadores. A PF agora busca saber o motivo dessas informações terem sido apagadas e por ordem de quem.