Search
booked.net
Search
Close this search box.

Em Manaus, golpistas usam foto do WhatsApp de terceiros para conseguir dinheiro

Segundo pesquisa feita pela Refinaria de Dados, a busca de informações pessoais e bancárias de brasileiros na chamada dark web cresceu 108% este ano

*Lane Gusmão – Dia a Dia On-line

O golpe do amigo que pede ajuda pelo whatsapp tem feito muitas vítimas em Manaus. Os bandidos usam a foto da vítima que está no aplicativo, passam mensagens e pedem dinheiro para amigos e familiares, que na tentativa de ajudar, caem na armadilha.

A mensagem é simples, começa com um “bom dia”, e depois um pedido de ajuda: “Você pode transferir um dinheiro para um fornecedor? Não estou conseguindo pelo aplicativo agora, vou ao banco mais tarde e devolvo a quantia”.

O destinatário da mensagem se identifica como amigo ou parente. A foto utilizada pelo remetente da mensagem é a mesma que o contato utiliza, um golpe quase perfeito que tem feito diversas vítimas na capital.

O médico José Diniz recebeu o alerta de um amigo perguntando se ele tinha enviado a mensagem solicitando a transferência de dinheiro, ao saber do golpe, ele começou a divulgar para amigos, familiares e pacientes que ele não estava pedindo dinheiro de ninguém. Mas uma vizinha de infância caiu na armadilha dos bandidos.

“A minha vizinha de infância depositou para o golpista R$3 mil reais, ela acreditou que eu tinha enviado a mensagem. Ela entrou em contato por desconfiar, mas eu já havia colocado avisos em todas as minhas redes sociais, feito comunicação por WhatsApp para todos os meus contatos e a orientei que fizesse o mesmo, inclusive os passos que fiz em meu banco para que fosse ressarcido”, explicou.

O fisioterapeuta Filipe Oliveira também teve o perfil usurpado pelos bandidos. O pai e a mãe dele foram alvos das mensagens pedindo dinheiro.

“Minha mãe ligou de manhã cedo perguntando se era realmente pra fazer um depósito, eu questionei sobre o que se tratava, foi quando ela me disse que enviaram a mensagem pedindo 5 mil reais”, o fisioterapeuta disse ainda que os números que enviaram as mensagens para o pai e a mãe dele era diferentes, mas a foto era a mesma que ele utiliza no aplicativo.

“Inclusive, depois que eu postei nas redes sociais e um amigo entrou em contato dizendo que um dos números que estava tentando extorquir meus familiares, também tentou extorquir os familiares dele, ou seja, provavelmente a mesma pessoa se passou por mim e por ele”, disse.

Nesta semana, o reitor da Universidade do Estado do Amazonas, Cleinaldo Costa, foi vítima de tentativa de golpe em aplicativo de mensagem. Uma pessoa estava utilizando um número de celular que não era do reitor, com a foto dele, para pedir dinheiro de seus conhecidos pelo WhatsApp. Cleinaldo descobriu o golpe após um amigo receber mensagens supostamente suas pedindo ajuda.

Crimes cibernéticos

Segundo dados da Polícia Civil do Amazonas, a Delegacia Interativa observou uma relação direta entre os altos números de crimes cibernéticos com o período de isolamento devido à pandemia do coronavírus. Em um levantamento divulgado, nos seis primeiros meses, junho foi o mês com o maior número de ocorrências, com um total de 828 e maio, foram 339 ocorrências registradas.

De acordo com o delegado Aldeney Goes, titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), já houve diversas prisões relacionadas a pessoas que se passam por outras pessoas para pedir dinheiro, mas, devido à facilidade do golpe e pouca resistência das vítimas, outros indivíduos voltam a praticar o mesmo Crime.

“Sempre as delegacias buscam saber quem está por trás dos golpes, contudo, temos que saber que os estelionatários usam dados de terceiros, telefones registrados com nomes diversos, contas bancárias abertas com fraudes ou compradas de “laranjas” entre outros métodos para evitar que a polícia chegue a eles”, explicou o delegado.

O delegado alerta para os cuidados que ajudam a evitar cair nesses golpes.

“Assim que a vítima tiver ciência do golpe, deve de imediato registrar o fato na polícia (Delegacia Interativa, DIPs mais próximo, etc.) solicitando Boletim de Ocorrência (BO). Deve avisar outros membros da família que possam ser atingidos pelo golpista e, por fim, informar a rede social (Facebook, Instagram, WhatsApp, etc)”, ainda de acordo com o delegado, é preciso ter cuidado ao repassar dados pela internet, e sempre desconfiar quando o contato não for direto.

“Se alguém que está negociando dá uma conta com nome distinto e em outro estado, desconfie. Se alguém lhe propõe algo muito vantajoso, desconfie. Se o negócio é bom demais pra ser verdade, desconfie. A maioria dos estelionatários ganha a atenção da vítima com uma proposta irrecusável, principalmente quando a negociação é feita via rede social e não presencialmente”, alertou.

Uma orientação que, depois do susto, o médico José Diniz usa diariamente e repassa para os amigos.

“Nunca mais respondo ninguém que não tenha como contato ou com intenções diferentes das profissionais.”, disse Diniz.

Entre no nosso Grupo no WhatsApp

Antes de ir, que tal se atualizar com as notícias mais importantes do dia? Acesse o WhatsApp do Portal Dia a Dia Notícia e acompanhe o que está acontecendo no Amazonas e no mundo com apenas um clique

Você pode escolher qualquer um dos grupos, se um grupo tiver cheio, escolha outro grupo.