*Da Redação Dia a Dia Notícia
Entre os anos de 2012 a 2022, procedimentos de amputação de pernas e pés saltaram cerca de 120% no Amazonas, em comparação com a década anterior. Os dados foram publicados pelo jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com a Folha, na frente do Amazonas estão os estados de Alagoas (214%) e Ceará (175%). Os dados da Sociedade Brasileira de Angioplastia e Cirurgia Vascular (SBACV), com base em informações do Ministério da Saúde.
Em relação aos dados do país, o número de amputações de pernas e pés atingiu em 2022 o nível mais elevado em dez anos. Neste período, foram registrados 269.820 intervenções cirúrgicas, sendo 31.190 somente no ano passado, o equivalente a uma média de 85 amputações por dia.
Os dados coletados são relativos a amputações não traumáticas, ou seja, aquelas que não têm relação com acidentes de carro, por exemplo.
Julio Peclat, presidente da SBACV, diz que o diabetes é responsável por mais da metade das amputações. O tabagismo, hipertensão arterial, insuficiência renal crônica também são outros fatores que levaram a esse quadro.
Para Peclat, um dos principais fatores que pode explicar o número de amputações em pessoas diabéticas está na falta de cuidado com a doença. Observou ainda que esse aumento também está relacionado a pandemia da Covid, uma vez que muitas pessoas deixaram de buscar ajuda no tempo certo e a revascularização do membro é uma opção inviável.
“Já existia um número grande de pacientes isquêmicos sem circulação adequada nos membros inferiores antes da pandemia, isso é uma demanda antiga da cirurgia vascular. Esse levantamento mostrou que durante a pandemia o tratamento foi adiado, retardado e, agora, essa demanda é maior. É um recorde de amputações no Brasil”, disse.
Os dados mostram ainda que os diabéticos submetidos à amputação apresentam baixas taxas de sobrevida. Aproximadamente 10% dos pacientes não sobrevivem nos primeiros 30 dias após a amputação, e esse número aumenta para 30% durante o primeiro ano após o procedimento