*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia
O ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (sem partido), emitiu nota oficial após as operações Entulho e Dente de Marfim investigarem casos de corrupção nos contratos entre empresas de limpeza pública e a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), boa parte durante suas duas gestões. O ex-tucano reagiu a uma nota publicada pela Prefeitura de Manaus, a qual afirma que “os fatos investigados são relacionados a uma empresa cujo contrato foi firmado pela gestão anterior”. Arthur alega que a Prefeitura está “tentando transferir responsabilidades” e que nunca teve a Polícia Federal à sua porta durante seus mandatos.
O ex-prefeito faz questão de destacar que “o secretário visitado jamais fez parte de nenhum dos meus três governos”, em referência à visita da PF ao atual gestor da Semulsp, Sabá Reis (Avante). Ocorre que a maior parte dos contratos investigados foram feitos entre os anos de 2016 e 2021.
As duas operações ocorridas nesta semana investigam, no âmbito da Semulsp, contratos das empresas Tumpex e Mamute Conservação. As duas possuem contratos com a Prefeitura de Manaus há muitos anos, passando por toda a gestão de Arthur Neto na década de 2010. No caso da Tumpex, o caso vai ainda mais longe. A empresa era responsável pela coleta e transporte de lixo desde o segundo mandato de Alfredo Nascimento (PL), sendo recontratada sucessivamente ao longo das gestões de Amazonino Mendes e Arthur Neto.
O primeiro contrato com a Tumpex foi assinado em 2003, quando a Semulsp era comandada por Paulo Herban Maciel Jacob Filho. Já as nove extensões de contrato entre 2008 e 2020 foram assinadas por Paulo Ricardo Rocha Farias.
Confira o comunicado de Arthur Neto na íntegra:
NOTA AO POVO AMAZONENSE
Li, com desgosto, declaração oficial da Prefeitura de Manaus, tentando transferir responsabilidades para minhas gestões. Meu comportamento, em relação ao prefeito atual, tem sido, como é de meu feitio, sóbrio e respeitoso. O que não posso e não devo, é calar diante de atitude injusta e escapista.
Governei Manaus em três ocasiões e nunca tive a Polícia Federal na minha porta, a não ser em caso de amigos, que me possam estar visitando. Minha relação com a P.F é correta, do ponto de vista institucional. E é sabido, no Brasil inteiro, que prego a transformação desse organismo, em verdadeira Polícia de Estado, autônoma, tanto quanto autônomo é hoje o Banco Central. Quando isso acontecer, teremos mais justiça e segurança para o Brasil.
Não basta alguém dizer que está aberto para colaborar com as operações, se não tiver a mais absoluta certeza de poder garantir o que está afirmando. Exemplo: na operação “entulhos”, o Secretário visitado jamais fez parte de nenhum dos meus três governos.
Não sou capaz de inventar irrealidades contra quem quer que seja. Logo, não me conformo em ser usado como biombo de ninguém!
Sei que a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Receita Federal sabem muito bem discernir quem respeita a coisa pública e quem, porventura, dolosamente, a desrespeite.
