*Da Redação Dia a Dia Notícia
Tratando de violências com críticas sociais que incomodam e vivendo num mundo ‘Pós-apocalíptico’ para lá de amazônico, o espetáculo ‘Rios de Dentro’, com produção do Laboratório de Pesquisa e Casa de Artes Trilhares, iniciará sua temporada em maio. A estreia será no Teatro da Instalação nos dias 4 e 5 de maio a partir das 20h. A entrada é gratuita.
Com direção de Ananda Guimarães e contando com mais de 10 artistas do Laboratório de Pesquisa, o processo começou há mais de um ano, em fevereiro de 2022, e o método escolhido foi o processo colaborativo.
Segundo Ananda, o que se espera é ter um troca com quem for prestigiar o espetáculo. “Que essa narrativa carregada de referências populares de alguma forma atravesse quem assiste, que possam entender a potência da crença popular do norte”, disse.
O espetáculo se passa em Chocamoriô, um último pedaço de vida do mundo. No universo não existe mais chuva há bastante tempo. Tudo isso tem explicação em uma das lendas do local, lenda essa que divide todos os habitantes em suas próprias crenças. Apenas uma coisa pode trazer a chuva de volta: o choro de uma mulher.
A comunidade não vê as lágrimas das mulheres há bastante tempo e alguns acreditam que elas não podem mais derramar lágrimas. Enquanto se aproximam de sua própria extinção e de um cenário cruel de desespero, esse lugar vai descobrir o melhor e o pior de suas próprias relações, seus próprios desejos e segredos.
Elenco sonha alto
Após mais de 1 ano de processo, o que o elenco mais quer é apresentar os resultados do longo processo para o público. De acordo com a atriz Maria Fernanda Carmim, tem muito dos artistas no espetáculo.
“Nós fazemos parte, trazemos nossa história para essa comunidade. Em Rios de Dentro a gente traz situações e características pessoais nossas, traços de figuras que não gostamos ou queremos nos distanciar, nos inspiramos em nossos medos, os enfrentamos em cena e exploramos até onde cada figura, cada arquétipo, pode ir quando os limites são quebrados e como a fé pessoal reflete para cada um”, conta.
“A gente espera que o espectador consiga perceber esses reflexos no contexto atual, que se encante, reflita e se emocione com a gente”, torceu Carmim.
“Espero que o público entre em chocamorio junto com os personagens e sintam o que cada personagem é capaz de fazer para sua própria sobrevivência”, disse Felipe de Queiroz, um dos atores do espetáculo.