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Educação: Manaus tem finalistas no ‘Educador Nota 10’

Duas educadoras de Manaus estão entre os 50 finalistas no concurso nacional “Educador Nota 10”. A gestora escolar Lúcia Cortez e a professora Luana Lima atuam na escola municipal Professor Waldir Garcia, localizada no bairro São Geraldo, zona Sul.

O concurso de 2020 recebeu projetos da educação infantil ao ensino médio, incluindo a Educação de Jovens e Adultos (EJA), de 19 Estados brasileiros, com a participação de mais de 3,7 mil educadores em todo o país. O “Educador Nota 10” é realizado pela Fundação Victor Civita, em parceria com Abril, Globo e Fundação Roberto Marinho.

Entre os 50 finalistas, serão escolhidos dez vencedores, que receberão um vale-presente no valor de R$ 15 mil cada um; um vale–presente de R$ 1 mil para a escola em que o projeto foi desenvolvido e uma assinatura digital de Nova Escola, de janeiro a dezembro de 2021. A premiação acontecerá em outubro deste ano, em data a ser divulgada, na cidade de São Paulo.

 “Essa é a premiação mais importante na educação brasileira. A Prefeitura de Manaus divulga e incentiva a participação das escolas em prêmios e atividades que possam compartilhar as nossas práticas. Entendemos que a troca de experiência é uma excelente forma de ensinar e aprender. Toda a equipe pedagógica da Secretaria Municipal de Educação parabeniza a professora Lúcia Cristina, pelo trabalho inovador na escola Waldir Garcia, que também iniciou a metodologia da Educação Integral na rede municipal de educação, além ser reconhecida como uma Escola Transformadora, e que já ganhou vários prêmios; assim como a professora Luana, que de forma transformadora ensina a Língua Inglesa aos alunos”, parabenizou a subsecretária de Gestão Educacional, Euzeni Araújo.

Os projetos apresentados pelas educadoras da rede municipal foram totalmente voltados para a inclusão, visto que a escola municipal Waldir Garcia atende aproximadamente 50 alunos estrangeiros, vindos do Haiti, Venezuela, Cuba, bem como também atende alunos com deficiência.

A gestora da unidade, Lúcia Cortez, participou do concurso na categoria Gestão. Ela apresentou o projeto “Acolher para todos envolver e aprender”, desenvolvido em 2019. Para por em prática o projeto, Lúcia visitou escolas públicas inovadoras em São Paulo a fim de entender os princípios da Educação Integral e mudar a prática pedagógica tradicional, que acentua desigualdades; para uma gestão democrática. Com este projeto, foi possível, segundo a educadora, desburocratizar relações, estabelecer vínculos, engajar e dialogar com todos os atores da comunidade escolar.

A estrutura da escola também passou por mudanças. As carteiras, que eram individuais, foram trocadas por mesas redondas, eliminando as filas. Os resultados de avaliações internas e externas permitem revisar o processo de ensino, pois o foco central é a aprendizagem. As decisões são feitas em assembleias, onde os alunos atuam como protagonistas. Cada uma das 223 crianças, da unidade que possui do 1° ao 5° do ensino fundamental, escolhe um tutor, que a acompanha até o final do 5º ano do ensino fundamental.

“Ter dois projetos finalistas na nossa escola foi uma grande felicidade. Na Waldir Garcia, trabalhamos bastante a inclusão, as diferenças, já que recebemos muitas crianças estrangeiras, com deficiência e também com níveis econômicos muito baixos. Nossa escola está localizada em uma área muito perigosa, com muitas desigualdades sociais. Então, o projeto foi desenvolvido exatamente para trabalhar a inclusão, as diferenças e mostrar para os alunos que aprendemos com as diferenças e essa bagagem de conhecimento dos alunos é aproveitada. Ele (aluno) se torna sujeito-centro da escola, onde as diversidades são respeitadas por todos”, explicou Lúcia.

Já o outro projeto foi apresentado pela professora da língua inglesa, Luana Lima, que trabalhou o tema “A música como instrumento inclusivo no ensino da língua inglesa”. A ação envolveu os alunos do 4º e 5º ano do ensino fundamental. Além das canções em inglês, a professora também incluiu outros idiomas como o espanhol e o francês crioulo, que oportunizou rodas de conversas para que as crianças estrangeiras pudessem falar sobre suas famílias, sua cultura e sua língua.

As aulas foram programadas com base nos conteúdos programáticos da escola. Em uma semana, era trabalhado o currículo da língua inglesa e, na outra, aconteciam os encontros do coral, que durou seis meses, resultando em apresentação na festa de encerramento do fim do ano escolar.

“Eu gosto muito de trabalhar com a música, dessa forma consigo envolver todos os meus alunos. Durante as aulas, eles relaxam, conseguem expor seus sentimentos e ficam muito mais a vontade para aprender uma língua estrangeira, que muitos têm um certo bloqueio em aprender”, comentou Luana.

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