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Dia dos Povos Indígenas: entenda a crise que assolou Yanomami na Amazônia

Foto: Reprodução

*Da Redação Dia a Dia Notícia

Nesta quarta-feira (19), é comemorado o Dia dos Povos Indígenas, e um assunto que ganhou bastante repercussão no início deste ano foi a crise que assolou indígenas Yanomami, causando grande comoção dentro e fora do Brasil e demonstrando a fragilidade dos povos originários. Desde então, há uma luta incessante para a manutenção da qualidade de vida do povo Yanomami.

Foto: Divulgação/Condisi-YY

Tudo se iniciou no dia 20 de janeiro deste ano, quando a Agência Sumaúma noticiou que 570 crianças de até cinco anos morreram de doenças evitáveis, entre 2019 e 2022, na Terra Indígena Yanomami (AM-RR). Fotos de crianças e idosos indígenas desnutridos logo foram divulgadas e ganharam grande repercussão.

Os Yanomami são uma população que vivem em um território contínuo entre o Brasil e a Venezuela. Em território brasileiro, são cerca de 30 mil organizados em mais de 350 comunidades distribuídas em uma região que abrange os estados de Roraima e Amazonas. O território foi reconhecido pelo Governo Federal, em 1992, como uma região de uso exclusivo dos Yanomami e também dos Ye’kwana (uma população de cerca de 850 pessoas).

Foto: Reprodução/Condisi-YY

Em seguida, o Governo Federal decretou emergência de saúde na região e anunciou uma série de medidas, como o envio de equipes médicas à região e a instalação de um hospital de campanha na cidade de Boa Vista.

Agravadas nos últimos cinco anos,  as razões da crise são a desestruturação da assistência à saúde indígena e a invasão garimpeira, responsável por uma série de impactos sanitários, ambientais, socioculturais e econômicos sobre as comunidades.

O garimpo é o responsável direto por uma série de problemas graves entre os povos originários. No caso Yanomami, há relação comprovada entre a explosão da atividade e o aumento de casos de doenças infectocontagiosas, como gripe e pneumonia.

Em virtude do contato razoavelmente recente e do isolamento relativo, os indígenas têm menos defesas imunológicas para moléstias comuns entre não indígenas.

Foto: Weibe Tapeba/Sesai

A ocupação do território, a destruição da floresta, a contaminação dos corpos de água promovidas pelo garimpo dificultam a manutenção e abertura de roças, a caça, a pesca e a coleta de frutos, as principais fontes de alimentação das comunidades.

Sem comida e assistência médica, a condição dos enfermos piorou. Como a economia indígena depende da mão de obra familiar, as atividades tradicionais de subsistência ficaram inviáveis com as pessoas permanentemente adoecidas ou trabalhando no garimpo, num círculo vicioso de fome, debilidade física e escassez.

A invasão do garimpo também causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente, com o aumento do desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e prejuízos para a caça e a pesca, impactando nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.

Governo Bolsonaro

Durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), diversas autoridades indígenas denunciaram a omissão do governo federal no apoio aos yanomamis, principalmente no momento mais agudo da pandemia de covid-19, além das ações que incentivam o trabalho de garimpeiros na região.

No dia 30 de janeiro deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Roberto Barroso determinou a investigação de possível prática dos crimes de genocídio e desobediência de decisões judiciais por autoridades do governo Bolsonaro.

Na decisão, o ministro citou uma série de falhas e medidas que colocaram em risco os indígenas, como a divulgação da data e local de operação sigilosa destinada ao combate de crimes na terra indígena, a mudança de logística de operações planejadas com as forças armadas, além da retirada de 29 aeronaves ligadas ao garimpo ilegal e apreendidas pela Polícia Federal do seu local de depósito, e falta de controle do tráfego aéreo em Roraima.

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