*Da Redação do Dia a Dia Notícia
O delegado da Polícia Federal (PF) Adriano Sombra revelou que os trabalhadores do garimpo ilegal no Filão dos Abacaxis, localizado em Maués, no interior do Amazonas, viviam em condições de escravidão. A fala ocorreu nesta quarta-feira (19), após a operação do órgão de segurança. “Os garimpeiros não tinham água, não tinha banheiro para fazer suas necessidades, era algo sub-humano”, disse Sombra.
Conforme a autoridade da PF, durante a ação na região, os garimpeiros pediram socorro aos agentes policiais e aos trabalhadores do Instituto Chico Mendes.
“Os garimpeiros não tinham água, não tinha banheiro para fazer suas necessidades, era algo sub-humano. Eles não tinham local para dormir, eles dormiam em redes separadas por lonas, era algo bem deplorável”, afirmou o delegado
Ainda segundo Adriano, as vítimas manipulavam o composto cianeto sem nenhum tipo de equipamento de proteção. A substância pode atacar o cérebro, provocar tremores, delírios e alucinações. Além disso, pode provocar parada cardíaca. A vítima desse tipo de envenenamento tem chances de morrer por asfixia ou por falência múltipla de órgãos
“Trabalhavam lá usando cianeto, um elemento químico altamente reagente, sem a utilização de equipamento individual. Não utilizam luvas, máscaras (…) eles faziam contato direto com o cianeto”, esclarece o delegado.
De acordo com o delegado Sávio Pizon, os donos da mineração irão responder por regime de escravidão. “Outros crimes foram constatados nesse garimpo, como crime análogo à escravidão por parte do dono do garimpo (…) em condições de desrespeito aos direito humanos”, alegou Pizon.
A maioria dos trabalhadores eram de Itaituba, cidade do Pará, mas haviam homens de Maués e de outros estados. As mulheres cozinheiras do garimpo e os filhos delas foram resgatadas do local.