*Da Redação Dia a Dia Notícia
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski anunciou hoje (30/3) que decidiu antecipar sua aposentadoria para 11 de abril. O anúncio foi feito pelo ministro após a sessão desta quinta-feira, a última que ele participou. Lewandowski foi nomeado em 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e seria aposentado compulsoriamente em 11 de maio ao completar 75 anos, idade limite para permanência no cargo.
A formalização da antecipação da aposentadoria foi solicitada à presidente do STF, ministra Rosa Weber. O documento será enviado formalmente à Presidência da República.
Durante entrevista, Lewandowski disse que decidiu antecipar a data por questões pessoais.
“Essa antecipação se deve a compromissos acadêmicos e profissionais que me aguardam. Eu agora encerro um ciclo da minha vida e vou iniciar um novo ciclo”, disse.
Com a antecipação, Lula deverá indicar um novo ministro para o Supremo. Antes da posse, o ocupante da nova cadeira deverá passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e votação no plenário da Casa.
A aposentadoria antecipada provocará uma corrida pela disputa da vaga. Entre os cotados para substituir o ministro está o advogado Cristiano Zanin, que atuou como defensor de Lula nos processos da Operação Lava Jato.
Lewandowski disse ainda que, na semana passada, informou ao presidente Lula que iria antecipar a aposentadoria, mas não fez sugestões de substitutos.
“Todos os nomes que estão aparecendo como candidatos são pessoas com reputação ilibada, com trajetória jurídica impecável. O STF estará muito bem servido com qualquer dos nomes que têm aparecido”, concluiu.
Não há prazo para Lula indicar novo ministro.
Martelo batido
Nos bastidores, aliados do presidente Lula afirmam que ele já decidiu indicar Cristiano Zanin para a vaga deixada por Ricardo Lewandowski. O advogado conta ainda com o apoio do ex-ministro Celso de Mello, aposentado compulsoriamente e substituído por Nunes Marques.
Dentro da corte, os ministros Gilmar Mendes e Cármem Lúcia não demonstraram resistência ao nome de Zanin.
A maior dificuldade de Zanin estará no Senado Federal, que possui uma boa parcela de oposicionistas. Apesar de ser a principal opção, Lula ainda pode não escolher Zanin agora para indicá-lo para a próxima vaga, que surgirá com a aposentadoria de Rosa Weber no fim de 2023.
