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No Amazonas, pais falam em ano letivo “perdido” e professores têm receio do retorno das aulas

Primeira semana da volta às aulas presenciais tem balanço positivo, segundo Sinepe-AM, e escolas públicas ainda estão sem previsão de retorno

*Lane Gusmão – Dia a Dia On-line

As aulas presenciais foram suspensas em março, como medida de segurança para evitar o contágio do Covid-19. Há quase 4 meses, as escolas ficaram fechadas, e muitas escolas públicas e particulares apostaram no ensino on-line para atender os estudantes e evitar que o ano letivo fosse perdido. Esse novo método de ensino trouxe desafios e superações.

O Dia a Dia On-line, entrevistou alguns professores que tiveram de se adaptar ao ensino a distância e  nas redes sociais acompanhamos os desafios diários dos pais para ajudar os filhos durante as aulas.

 

Mesmo com todo o esforço, para algumas famílias, 2020 foi um ano que não agregou na vida escolar dos estudantes. A universitária, Layanne Amaro, tem duas filhas Débora e Bianca, de 7 e 4 anos, as meninas estudam em escola publica e desde março, estão assistindo as aulas por meio da internet, assim como a mãe delas, que é estudante de Biomedicina. As três tem aula no mesmo horário, o que resultou em um “malabarismo” para a universitária.

“Na minha opinião, 2020 foi um ano perdido pra elas, porque aqui em casa somos três estudando na mesma hora, e às vezes não sei se sou estudante ou professora. Elas tentam acompanhar o conteúdo, mas, não é fácil, eu preciso orientar, e como faz pra ajudar as duas que estudam na mesma hora? Virou um desafio diário e não acho que estejam aprendendo como poderiam na escola”, disse.

Os professores criaram um grupo no whatsapp para orientar os pais e também para encaminhar alguns exercícios, ainda assim, para os pais é difícil.

“Mesmo estando em casa o dia inteiro para ajuda-las nas tarefas da escola, ainda tenho os afazeres de casa. Estudar pela internet, orientar minhas duas filhas de séries diferentes, uma aprendendo a ler, e ainda dar conta de cuidar da casa, tudo ao mesmo tempo, é difícil pra qualquer mãe”, explicou Layanne.

Pesquisa

A Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc-AM) realizou uma pesquisa com pais e responsáveis e os demais servidores sobre o retorno das aulas presenciais, de acordo com os dados da Seduc, a pesquisa mostrou que 82% dos pais e responsáveis são a favor do retorno híbrido, que consiste em metade de cada turma assistir a aulas em dias alternados e, nos dias em que não tiverem que ir às escolas, assistir aos conteúdos do “Aula em Casa”. A opção “Completamente presencial” foi votada por 17,75%.

Já entre os servidores, a pesquisa da Seduc-AM apontou que o regime híbrido foi validado por 97% dos pedagogos. A opção em dois grupos foi a mais votada na capital e no interior, com 58,85% e 62,84%, respectivamente.

A opção de retorno com turmas intercaladas e com aulas presenciais e não presenciais foi votada por 55,12% dos professores de Manaus e 57,96% dos docentes no interior do estado.

Sobre a opinião do ensino on-line, segundo a secretaria, 59% dos pais e responsáveis aprovaram a modalidade. O índice é maior entre os professores: na capital, 79% se mostraram satisfeitos, e no interior do Amazonas foram 66,40%.

Sindicato

Ainda não há previsão do retorno das aulas na forma presencial, mas existem muitas especulações. Na última quarta-feira, dia 09, um grupo de professores e trabalhadores do administrativo da educação, realizaram uma plenária on-line para tratar sobre o não retorno as aulas presenciais nas escolas públicas, o movimento de professores de base, que tem feito reuniões por meio da internet, entregou nesta segunda-feira, dia 13, um Ata da plenária no Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), solicitando uma Assembleia Geral da categoria para deliberar sobre o assunto. Os professores dizem estar com receio porque, segundo o professor Otto Franco, do comando da mobilização contra o retorno das aulas presenciais, eles foram convocados para retornarem às escolas na próxima segunda-feira, dia 20.

“Fomos avisados que vamos retornar na próxima segunda-feira para fazer os planejamentos de aula e ainda nos comunicaram que deveríamos levar nosso Kit de máscaras e álcool, eles deveriam zelar pela saúde e o bem estar do funcionário, e nem isso querem nos dar. Queremos uma Assembleia Geral antes desse retorno”, informou.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) informou que solicitou ao Ministério Público Estadual (MPE) que intervenha junto às Administrações Estadual e Municipal com a finalidade de adiar o retorno das aulas presenciais, que segundo o sindicato, estariam previstas para iniciar no fim de julho. O SINTEAM também pediu que o órgão ministerial intervenha para garantir o cumprimento de protocolos de proteção determinados pelos órgãos competentes.

Instituições Particulares

A capital amazonense foi a primeira do Brasil a reabrir as escolas, cerca de 70% das instituições de ensino privado de Manaus retornaram as aulas também na forma presencial. Segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe-AM), a volta às aulas foi marcada pela tranquilidade devido à adesão de protocolos de higienização, sistema de rodízio e ensino híbrido, após alinhamento com os órgãos governamentais e seguindo o que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O retorno das aulas no Amazonas foi tema de uma live promovida pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Rio de Janeiro,

“Temos acompanhado tudo o que tem saído sobre a pandemia e participado de várias reuniões e eventos nacionais. Tudo isso nos muniu de informações necessárias para que estivéssemos prontos para a reabertura”, defende a presidente do Sinepe-AM, Elaine Saldanha.

Entre as medidas adotadas pelas Instituições de Ensino que retornaram com as aulas presenciais, estão: lotação das salas de aula limitada a 50% da capacidade, o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as carteiras ocupadas, evitar aglomeração, contato físico e compartilhamento de materiais entre alunos, além da disponibilização do álcool 70%, uso de máscaras individuais, limpeza e desinfecção de sapatos, de materiais escolares e da escola, aferição da temperatura corporal e monitoramento de casos suspeitos.

A representante comercial Panayota Sales, conta que foi um desafio ajudar o filho Isaac, de 10 anos, nas aulas on-line. O menino que está no 5º ano, volta às aulas esta semana.

“A criança tem que acompanhar pela internet, e nem sempre a internet ajuda, imagina com várias crianças falando ao mesmo tempo e uma conexão que às vezes falha. Pelo fato de estar em casa, ele se distrai muito e tem que estar orientando pra continuar assistindo. Estou tranquila com retorno porque ele vai pra escola em dias alternados e eles mandaram todo o protocolo de segurança que terá até horário diferenciado para o intervalo, e paradas para troca de máscaras. É uma nova realidade que ele precisa aprender a viver”, explicou.

 

 

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