*Da Redação Dia a Dia Notícia
Os senadores costuram os últimos ajustes para o acordo que definirá os presidentes das comissões especiais pelos próximos dois anos. Quase todos os nomes já foram definidos e devem ser anunciados nesta quarta-feira (8/3). O acordo mais recente garante a presidência da Comissão de Segurança Pública (CSP) ao senador Omar Aziz (PSD), mas tira de Eduardo Braga, líder do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) na casa, a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), que deverá ficar com a senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB).
O arranjo foi sugerido pelo líder do Partido Social Democrático (PSD) no Senado, Otto Alencar, da Bahia. O parlamentar buscou emplacar Daniella Ribeiro, sua aliada, na comissão de infraestrutura, anteriormente acertada para Eduardo Braga. Com isso, o MDB deve garantir para si a Comissão Mista de Orçamento (CMO). Contudo, o indicado deixa de ser Eduardo Braga e passa para o senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia.
A proposta de Otto Alencar também emplaca o senador Angelo Coronel (PSD-BA) na relatoria do Orçamento Federal em 2024. Segundo levantamento do jornal online Poder360, os favoritos para chefiar outras comissões são os seguintes:
- Constituição e Justiça (CCJ) – Davi Alcolumbre (União-AP);
- Assuntos Econômicos (CAE) – Vanderlan Cardoso (PSD-GO);
- Assuntos Sociais (CAS) – Humberto Costa (PT-PE);
- Educação, Cultura e Esporte (CE) – Flávio Arns (PSB-PR);
- Meio Ambiente (CMA) – Leila Barros (PDT-DF);
- Direitos Humanos (CDH) – Paulo Paim (PT-RS);
- Relações Exteriores (CRE) – Renan Calheiros (MDB-AL);
- Desenvolvimento Regional (CDR) – Marcelo Castro (MDB-PI);
- Agricultura e Reforma Agrária (CRA) – Soraya Thronicke (União-MS);
- Ciência e Tecnologia (CCT) – Izalci Lucas (PSDB-DF).
A comissão de Fiscalização e Controle (CTFC) é a única sem um favorito até o momento, de acordo com o Poder360. Já a Comissão Senado do Futuro deve ser substituída pela Comissão de Defesa do Estado Democrático. A presidente da nova comissão, segundo bastidores, será a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
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Oposição sem espaço
Senadores do bloco partidário de oposição Vanguarda, composto pelas legendas Republicanos, Progressistas (PP), Partido Novo (Novo) e Partido Liberal (PL), deve ficar sem a presidência das comissões nesses primeiros dois anos.
Em entrevista à Rádio Senado, o senador Humberto Costa afirmou que os critérios usados para a escolha dos presidentes são os dos tamanhos dos blocos e dos acordos feitos para a eleição da presidência do Senado. O bloco Vanguarda possui o menor número de senadores, com 23 parlamentares.
Os outros dois blocos são:
- Democracia, com 30 membros, formado por MDB, União Brasil, Podemos, PDT, PSDB e Rede;
- e Resistência Democrática, com 28 membros, formado por PSD, PT e PSB.
Além disso, os partidos do bloco Vanguarda apoiaram a candidatura do senador Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado. O novato da casa alta foi derrotado por Rodrigo Pacheco com um placar de 49 a 32.
“As forças que apoiaram Rodrigo Pacheco fizeram um entendimento anterior para dar esse apoio, propostas de funcionamento do Senado e também ocupação de espaços no Senado. Então, eu não vejo como nós possamos agora fazer um entendimento com a oposição”, afirmou Humberto.
O senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul e integrante do bloco parlamentar Resistência Democrática, discordou e defendeu que a oposição presida alguma das comissões, destacando que a eleição se encerrou. Trad, apesar de correligionário de Pacheco, fez oposição à continuidade do senador como presidente do Senado devido à influência de Davi Alcolumbre na campanha do parlamentar mineiro. Publicamente, o senador sul-mato-grossense apoiou o bolsonarista Rogério Marinho.
O acordo final, no fim das contas, será conhecido somente nesta quarta-feira.