*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A assessoria do ex-governador Amazonino Armando Mendes informou que o corpo do político chegará nesta quinta-feira (16) em Manaus. De acordo com as informações, o corpo será cremado e a cerimônia está agendada para ocorrer no sábado (18). Amazonino foi quatro vezes governador do Estado e três vezes prefeito de Manaus. O ‘cacique’ que deixou um legado para futuras gerações do Amazonas foi internado no Hospital Sírio-libanês, em São Paulo, com pneumonia e uma crise de diverticulite. Ele apresentou uma piora no quadro de saúde e faleceu nesse domingo (12) na unidade hospitalar.
Desse modo, a população amazonense poderá se despedir do homem que foi quatro vezes governador do Estado e três vezes prefeito de Manaus.
O Governo do Amazonas será o responsável pelo velório que ainda não teve o local confirmado. Além disso, a equipe de Amazonino revelou que o corpo será cremado e a cerimônia está agendada para ocorrer no sábado (18), na capital. Este evento será fechado para amigos e familiares.
Anteriormente, existia a possibilidade do político ser enterrado em São Paulo. Os familiares do ex-governador ainda não haviam decidido sobre o sepultamento.
Legado histórico
Amazonino teve uma trajetória política marcada pela intensa urbanização de bairros periféricos em Manaus, construção de estruturas de saúde, educação e segurança na capital e interior do Amazonas e de programas sociais assistencialistas que, considerados populistas, o ajudaram a conquistar a preferência dos eleitos em grande parte das eleições que concorreu.
Um dos principais legados do ex-governador é a criação da Universidade do Amazonas (UEA). Mendes também implantou o ‘Bolsa Universidade’ quando foi prefeito de Manaus. Entre os programas sociais criados por ele estão ainda o programa ‘Leite do Meu Filho’ e as ‘Carretas da Mulher’.
De acordo com informações de sua assessoria, o ex-governador construiu mais de 400 escolas e 173 hospitais e unidades de saúde, com destaque para o Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio Adulto e Infantil, na zona leste de Manaus.
Uma das principais marcas do ex-governador foram as realizações de obras que, durante quase todos os mandatos, utilizou como símbolo uma abelha com capacete grafado com a letra A.
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Denúncias e declarações polêmicas
A gestão do ex-governador nos mandatos que exerceu também foi marcada por denúncias de corrupção, improbidade administrativa e peculato, além da execução de ações e programas bastantes criticados, como a distribuição de motosserras e rancho.
Na última campanha eleitoral, Amazonino disse se orgulhar de suas gestões terem passado pelo crivo da Justiça sem comprovação de denúncias ou condenação.
Em fevereiro de 2011, quando era prefeito de Manaus, Amazonino também teve sua trajetória marcada por declarações polêmicas, como a que fez durante diálogo com uma moradora de área de risco em Manaus que se negava a deixar o local e, como reposta, Amazonino disse: “então morra!”.
Horas depois, o então prefeito Amazonino Mendes falou sobre o episódio.
“Houve um grande mal-entendido, porque na verdade fui para lá salvar vidas e cumprir o meu dever. Fui lá ver o problema, e é natural ver as pessoas em áreas de risco, elas podem morrer. Aí uma moradora desavisada discutiu sob o aspecto de não sair de lá. Então, eu disse: ‘Morra’. A senhora pode morrer. É a mesma coisa, é a mesma expressão. Quando eu perguntei: ‘De onde você é?’, por que eu fiz a pergunta. Vocês vão já me entender. Ela disse que veio do Pará e eu disse ‘Está explicado’, porque não é o Pará. É Roraima, Pará, Maranhão… Quem não é de Manaus e vem para cá, é uma cidade complexa e diferente, e ficam fazendo habitações em lugares impróprios. Nós estamos cheios desse tipo de problema. Não foi discriminação, não tem nada disso”, declarou.
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Filho do interior do Amazonas
Amazonino Mendes nasceu no dia 16 de novembro de 1939, em Eirunepé, e estudou no Colégio Dom Bosco e no Seminário do Espírito Santo, em Tefé. Formou-se em Direito em 1969, pela Universidade Federal do Amazonas, foi casado com Tarcila Prado de Negreiros Mendes e pai de Armando Mendes, Lívia Mendes e Cristina Mendes.
Amazonino começou sua carreira em 1970 como servidor público no extinto Departamento de Estradas e Rodagens do Amazonas, onde ficou até 1980.
Durante seus 40 anos de carreira política, Amazonino foi prefeito de Manaus três vezes (1983-1986 / 1993-1994 / 2009-2013), governador do Amazonas quatro vezes (1987-1990 / 1995-1998 / 1999-2003 / 2017-2018) e senador (1991-1992).
Seu último mandato foi como governador do Amazonas, de 2017 a 2018, após eleição suplementar que disputou contra o senador Eduardo Braga (MDB) e que o colocou como único político a exercer a chefia do Executivo estadual por quatro vezes.
Em 2018, Amazonino concorreu à reeleição e perdeu, com 41,50% dos votos, para o atual governador Wilson Lima. Em 2020, o ex-governador perdeu, com 48,73%, o pleito municipal, que teve como vitorioso o atual prefeito de Manaus, David Almeida (Avante).
Em 2022, concorreu ao Governo do Amazonas sem conseguir avançar para o segundo turno. Obteve 18,56% dos votos, perdendo para o senador Eduardo Braga (MDB) com 20,99% dos votos, e este foi derrotado pelo governador Wilson Lima (UB), eleito com 42,82% dos votos.
