*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) vai mapear o genoma, registro do perfil clínico e epidemiológico dos pacientes e familiares principalmente portadores de câncer de mama, próstata e colorretal pelo projeto Mapa Genoma Brasil. O levantamento iniciou neste mês de janeiro.
O órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) visa avaliar o histórico familiar dos pacientes, fator importante para o risco de desenvolvimento destes tumores. A proposta é que o levantamento dure um ano, podendo ser prorrogado por mais um triênio.
A pesquisa é desenvolvida em parceria com o Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, FCecon e Ministério da Saúde (MS), por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional (Proadi-SUS). Também participam instituições de capitais das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
Rastreio pela FCecon
A enfermeira do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Delciany Mylla Parente, informou que a FCecon foi escolhida devido à localização na capital amazonense e à infraestrutura para a seleção, coleta, armazenamento e envio de amostras biológicas para o centro coordenador.
“Com o apoio da equipe multiprofissional da FCecon será possível realizar a busca e rastreamento dos pacientes. Contamos também com o apoio do corpo clínico médico para auxiliar-nos na coleta da amostra genética”, disse Mylla.
Participam como coordenadores da pesquisa a gerente do serviço de Mastologia, mastologista Hilka Espírito Santo, o urologista Giuseppe Figliuolo e a pesquisadora da Diretoria de Ensino e Pesquisa (DEP/FCecon), Valquíria Alves Martins.
Câncer de mama e coleta de informações
De acordo com Hilka, a escolha do tumor se deve ao impacto na incidência e mortalidade na população brasileira. Estimam-se para o Amazonas, 500 novos casos de câncer de mama em 2023. O tumor é o segundo mais frequente entre mulheres do estado.
“O mapeamento dos pacientes e familiares dos três tipos de câncer possibilitará a implementação de estratégias para a redução dos riscos dos tumores e diagnóstico precoce, tanto para a população em geral quanto para os grupos de alto risco para o desenvolvimento dos cânceres”, explicou Espírito Santo.
Conforme a doutora Valquíria Alves, o projeto coletará informações, através de entrevistas e coleta de material biológico de pacientes e de familiares, para montar um banco de dados, com informações genéticas, clínicas e epidemiológicas.
“Pretende-se identificar mutações genéticas que contribuam com a hereditariedade e ao agravamento da doença. Assim, conheceremos o perfil populacional, permitindo personalizar o fluxo de atendimento de pacientes para alto risco de câncer”, explicou Alves.
As pesquisas tem como objetivo proporcionar a assistência e fortalecer os grupos de pesquisa local, contribuindo para inserção das pesquisas como base estratégica para desenvolvimento da oncologia na região.