*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia
O extremista George Washington de Sousa, preso nesta manhã por tentar explodir uma bomba nos arredores do Aeroporto de Brasília, afirmou à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que planejou o ataque em conjunto com manifestantes apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), acampados há mais de um mês em frente ao Quartel General do Exército. A ideia era instalar explosivos em pelo menos dois locais de Brasília para “dar início ao caos” e forçar a decretação de um estado de sítio, provocando “a intervenção das Forças Armadas”.
Segundo George, os explosivos seriam instalados próximos do aeroporto de Brasília e em postes nas imediações de uma subestação de energia em Taguatinga, cidade-satélite do DF.
“Uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”, afirmou o empresário paraense.
George afirmou à polícia que trabalha como gerente de um posto de gasolina em uma cidade no sul do Pará. Informações também apontam que ele teria uma empresa na cidade de Santarém (PA). O extremista declarou que desde que obteve a licença como colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC), em 2021, já teria gastado pouco mais de R$ 160 mil em pistolas, revólveres, fuzis, carabinas e munições.
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A atitude de tentar forçar o estado de sítio veio um mês depois da prisão do indígena José Acácio Serere Xavante. George afirmou em depoimento que teria conversado com bombeiros e policiais militares acionados para efetuar a prisão, pedida pela Procuradoria Geral da República (PGR) e decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. George avaliou que os agentes de segurança estavam ao lado de Bolsonaro e que em breve seria decretada uma intervenção militar.
“Porém, ultrapassado quase um mês, nada aconteceu e eu resolvi elaborar um planto com os manifestantes […] para provocar a intervenção das forças armadas e a decretação de estado de sítio para impedir a instauração do comunismo no Brasil. Eu disse aos manifestantes que tinha dinamite, mas precisava da espoleta e do detonador para fabricar a bomba”, afirmou.
George afirmou que um manifestante desconhecido que fazia parte do acampamento entregou a ele um controle remoto e quatro acionadores, os quais foram utilizados para fabricar bombas remotas.
Segundo a PCDF, George já participava de manifestações antidemocráticas no Pará quando decidiu ir à Brasília após o segundo turno das eleições de 2022. O extremista chegou à capital federal em 12 de novembro numa caminhonete, carregando na bagagem as armas, munições e explosivos apreendidos pela polícia. No depoimento, George afirmou que pretendia distribuir os armamentos e munições entre os apoiadores de Bolsonaro.