*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia
Um grupo de 126 mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e paralisia cerebral denunciaram a suspensão de tratamentos necessários para seus filhos por parte da rede Hapvida Saúde. Segundo Luciana Cavalcante, uma das mães representantes do grupo, os cortes ocorrem sem aviso prévio. A rede também não teria oferecido estrutura ou profissionais para cuidar do caso de seus filhos.
“A Hapvida, em agosto, fez uma reunião à força por nossa conta e falaram que iriam internalizar as terapias todas pela própria rede, que iriam estruturar e contratar profissionais adequados. Acontece que, agora no início de dezembro, começaram a cortar as terapias sem avisar aos pais, sem dar a estrutura e muito menos os profissionais”, relatou Luciana.
A mãe também relatou que muitas crianças estão regredindo pela falta de tratamento. Seu próprio filho, segundo ela, está há dois meses sem terapia ocupacional “porque a clínica onde ele fazia o suspendeu por falta de pagamento” da rede Hapvida. O filho de Luciana se auto lesiona por conta da falta de terapia.
Ela também relatou que “crianças não comem praticamente nada sem terapia alimentar” e que estão sem auxílio de fonoaudiólogos.
“Estão tirando quem já tem tratamento por anos para conter custos e não chamam quem está em fila de espera. Estamos em pânico, porque um dia perdido para o autista não se recupera”, afirmou Luciana.
Perguntada sobre a falta de aviso por parte da operadora de saúde antes da suspensão do tratamento, Luciana relatou que a Hapvida “fala que tem na rede, porém não tem e nem conseguem atender a demanda” de pacientes.
Manifestação
O grupo de mães está preparando uma manifestação para denunciar o problema publicamente. A mobilização estava marcada para esta terça-feira (13/12), mas foi adiada para produção de faixas e cartazes com frases de protesto.
A reportagem do Dia a Dia Notícia entrou em contato com a Hapvida, mas a rede de saúde não emitiu nenhum comunicado oficial até a publicação desta matéria.