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CPI da Saúde: consultora diz que não foi remunerada por projeto de R$ 6 milhões do Governo

A consultora e jornalista foi apontada em dois depoimentos da CPI como a principal líder do projeto Anjos da Saúde

Nesta segunda-feira (06), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), ouviu depoimento da jornalista e consultora Carla Pollake, apontada por testemunhas como assessora do projeto do Governo do Amazonas “Anjos da Saúde”, orçado em R$ 6 milhões. Ao final da sessão, a CPI decidiu levar denúncia ao Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM), para investigar todas as relações e interesses lícitos e ilícitos da depoente com a atual gestão.

Em seu depoimento, Carla Pollake afirmou nunca ter prestado serviço remunerado ao Governo do Amazonas, apesar de testemunhas anteriores, os ex-secretários de Saúde, João Paulo Marques dos Santos e Rodrigo Tobias, terem declarado que foi ela quem apresentou a nova secretária da Saúde, Simone Papaiz, aos membros da Susam, e quem conduziu o planejamento do projeto Anjos da Saúde.

A jornalista alega que, a convite do governador Wilson Lima (PSC) e por conhecê-lo dos tempos em que ele trabalhava no telejornalismo, ela aceitou dar o seu ponto de vista sobre o projeto Anjos da Saúde. Ela diz que realizou a consultoria sem receber nada por isso.

“Eu conheço o Wilson, sim. Na verdade tenho dificuldade de chamá-lo de governador. Mas, o conheci em 2013 quando trabalhava na Record São Paulo e vim a Manaus para trabalhar as nossas ‘praças’ e, na época, ele apresentava o programa ‘Alô Amazonas’”, explicou.

Segundo Carla, o governador pediu para que ela conferisse o andamento do projeto e falasse com o ex-secretário Tobias. Antes de Simone Papaiz assumir como titular da Susam, Pollake foi incubada de explicar o projeto para a nova secretária e apresentá-la para membros da equipe.

Na sessão, os parlamentares apresentaram como prova um cartão de visitas com emblema do Governo do Amazonas e as informações profissionais de Pollake, a cargo de consultora. Ela afirma que o governador autorizou que ela comentasse, para clientes da sua empresa de consultoria, sobre as eventuais “conversas” que ela mantém com o Poder Executivo do Estado.

O esposo da depoente, Inácio Ferreira, também figurou como servidor do Governo, ao ser citado como psicanalista do Anjos da Saúde, em matéria escrita pela assessoria da Secretaria de Comunicação (Secom) e publicada no site oficial do Estado no mês de maio. Carla Pollake negou o envolvimento do marido.

Residentes em São Paulo, Pollake afirma que ela e seu marido ocasionalmente vêm à Manaus por ambos possuírem clientes na Capital. Por conta da pandemia do novo coronavírus e o cancelamento de dois voos ao Sudeste, eles excepcionalmente passaram mais tempo aqui.

“Chegou achando que só tem besta na CPI”

Além do cartão de visitas, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) afirmou que várias denúncias da sociedade foram recebidas pelos membros da comissão que comprovaram, entre fotos, relatos e documentos, que Pollake atua como “número 3” dentro da atual gestão.

Em um print do Whatsapp, Pollake aparece adicionando a então secretária e Justiça e Cidadania do Estado, Caroline Braz em um grupo chamado “ANJOS DE APOIO”.

Para o parlamentar, a participação do povo amazonense foi de suma importância para desmentir a oitiva de Pollake e contribuir para o desenrolar das investigações contra o Executivo.

“Foi o depoimento mais contraditório até agora na CPI. A depoente chegou achando que só tem besta na CPI, pensou que ia deitar e rolar com seu discurso de comunicadora. A sociedade foi fundamental porque choveu de denúncias nas redes sociais contra essa senhora, o que desmascarou todo o depoimento e que comprova que ela tem carta branca do governador para andar nos corredores do governo, participar de grupos de Whatsapp, colocar e tirar secretários de Estado. Se ela tivesse ficado calada, ela teria se complicado menos, mas preferiu ser arrogante em achar que ia ludibriar por ser da comunicação. Mentira tem perna curta”, explicou o deputado.

 

“Contra fatos, não há argumentos. De forma muito clara, Carla é a primeira lobista oficial com título de santa, porque trabalha de graça, gasta com passagens, hospedagem, tem uma despesa alta com marido e não ganha um real. Está querendo enganar quem, Carla? Esse papo não convence”, disse Wilker.

O deputado frisou que o próximo passo da CPI será de investigar as movimentações bancárias da marqueteira. “Vamos atrás das movimentações bancárias dela e do esposo, verificar o que entrou na conta desta senhora porque de boa intenção, o inferno está cheio”.

 

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