*Da Redação Dia a Dia Notícia
A Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas, por meio da Comissão de Amparo e Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas e da Comissão da Mulher Advogada, manifestou solidariedade aos povos indígenas da etnia Kanamari, do Vale do Javari, vítimas das recorrentes ameaças em razão da pesca e caça ilegal na região. O local tem sido palco de diversas mortes, como a dos indigenistas Maxciel dos Santos e Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips.
A ordem destaca que, no último dia 9 de novembro, uma indígena foi ameaçada de morte por três pescadores que realizavam atividade ilegal dentro da terra indígena. A nota relembra ainda que os conflitos recorrentes na região ameaçam a existência dos povos originários que habitam no local.
“A realidade dos indígenas que vivem naquela localidade é crítica, em razão da distância aos centros urbanos, o que dificulta o acesso às autoridades policiais e judiciais nas suas respectivas competências, o que fortalece a presença de invasores na terra indígena. O povo indígena tem forte vínculo com a terra, há relação de divindade com a fauna e flora. A terra é a continuidade do corpo e da comunidade, portanto, uma violação ao meio ambiente natural da terra indígena é uma violação humana e espiritual da população indígena que habita aquela região”, diz a nota.
A OAB-AM pede que os habitantes do interior da floresta tenham suas garantias constitucionais legitimadas e defendeu o combate contra toda ameaça “à vida, à cultura, à religião, e o meio ambiente equilibrado”.
A nota assinada é assinada por Jean Cleuter Simões Mendonça, presidente da OAB-AM; Adriana Pinheiro Leite, presidente da Comissão de Amparo e Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas; e Marlene de Souza Parisotto, presidente da Comissão Permanente da Mulher Advogada.