*Da Redação Dia a Dia Notícia
A organização não governamental Human Rights Watch (HRW) acusou nesta segunda-feira (24/10) as forças de segurança do Catar, país da Copa do Mundo de 2022, de prender arbitrariamente e maltratar pessoas LGBTQIA+ no país recentemente. A acusação vem a menos de um mês dos jogos e colocou as questões de direitos humanos em destaque no país do Golfo Árabe.
O Catar é um emirado absolutista comandado pela Casa de Thani desde a metade do século XIX, sendo um país mulçumano extremamente conservador. Por questões ligadas à religião e tradições arraigadas, a homossexualidade é ilegal no território, o que causou preocupação em algumas estrelas do futebol sobre os torcedores que viajam para a Copa do Mundo, especialmente pessoas LGBT e mulheres. Os dois grupos sofrem forte discriminação das leis do Catar, segundo a HRW e outros grupos de direitos humanos.
“A liberdade de expressão e a não discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero devem ser garantidas, permanentemente, para todos os residentes do Catar, não apenas para os espectadores que vão ao Catar para a Copa do Mundo”, declarou a HRW em comunicado.
O grupo entrevistou seis pessoas LGBT no país, sendo quatro mulheres trans, uma mulher bissexual e um homem gay, que relataram ter sido detidos entre os anos de 2019 e 2022. Todos afirmaram terem sofrido abusos verbais e físicos, incluindo socos e chutes.
Em resposta, uma autoridade catariana afirmou que as alegações da ONG “contêm informações que são categoricamente e inequivocamente falsas”, sem especificar quais seriam. Os organizadores da Copa do Mundo, que começa em 20 de novembro, afirmam que todos são bem-vindos ao país, independentemente da origem ou orientação sexual. Contudo, alertaram contra demonstrações públicas de afeto no Catar, primeiro país do Oriente Médio a receber o evento.