*Da Redação Dia a Dia Notícia
Na noite deste domingo (16), os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) participaram do primeiro debate do segundo turno das Eleições 2022. O embate entre os candidatos foi marcado por trocas de ofensas, fake news, corrupção, entre outros assuntos.
O debate foi dividido em três blocos, onde os candidatos tiveram momentos de confronto direto, além de perguntas sobre determinados assuntos por parte de jornalistas.
Os principais temas tratados pelos presidenciáveis foram o enfrentamento do país à pandemia de Covid-19; déficit educacional; acusações de corrupção; Auxílio Brasil e Bolsa Família; propostas no Congresso Nacional que tentam alterar a estrutura do Supremo Tribunal Federal (STF); e combate às fake news.
Na maior parte do tempo, os candidatos trocaram acusações sobre corrupção e em grande parte dos questionamentos não responderam de forma clara quais seriam suas propostas para resolução dos problemas enfrentados pelo país.
Durante um confronto direto, Lula e Bolsonaro falaram em corrupção, com foco nas denúncias de corrupção e desvio de recursos na Petrobras em anos anteriores.
“Se houve corrupção na Petrobras, prendeu-se o ladrão que roubou, acabou. Prendeu porque houve investigação, porque no nosso governo nada era escondido. A gente não tinha sigilo do filho, da filha, do cartão de crédito, das casas, nada. Era o Portal da Transparência e a Lei de Acesso à Informação”, disse Lula.
“Você entregou para partidos políticos diretorias da Petrobras, fez um leilão em troca de apoio no parlamento, botava gente indicada por grupos partidários e o pessoal entrava para saquear. E você, com os votos caindo para aprovar propostas, você se refestelava”, acusou Bolsonaro.
Já sobre a pandemia de Covid-19, Lula questinou Bolsonaro sobre sua conduta durante a crise sanitária que o Brasil enfrentava, apontando negligência e atraso na compra de vacinas por parte do atual presidente.
“A sua negligência fez com que 680 [mil] pessoas morressem quando mais da metade poderia ter sido salva. A verdade é que o senhor não cuidou, debochou, riu, desacreditou a vacina. […] O senhor gozou das pessoas, imitou as pessoas morrendo afogadas por falta de oxigênio em Manaus. Não tem na história de nenhum governo no mundo alguém que brincou com a pandemia e com a pandemia como você brincou”, disse Lula.
Em resposta, Bolsonaro citou uma fala dita por Lula, onde o petista dizia “ainda bem” ao se referir ao papel da Covid-19 em demonstrar a necessidade do Estado. Além de defender sua política de governo contra o vírus.
“A primeira vacina no mundo foi aplicada em dezembro de 2020. Em janeiro do ano seguinte, um mês depois. O Brasil começou a vacinar. Nós compramos mais de 500 milhões de doses de vacina. E todos aqueles que quiseram tomar vacina, tomaram. E o Brasil foi um dos países que mais vacinou no mundo e em tempo mais rápido. Então, o senhor se informe antes de fazer acusações levianas e mentirosas”, disse Bolsonaro.
Ao serem questionados sobre o combate às fakes news e se leis específicas seriam criadas para punir autoridades eleitas e servidores que divulgarem notícias falsas, nenhum dos dois respondeu a pergunta e usaram do tempo para trocar acusações sobre a divulgação de notícias falsas.
“Eu já participei de outras campanhas contra o FHC, o Collor, o Serra e o nível era outro. Era um nível civilizado, em que a verdade sempre prevalecia. […] Eu acho que a campanha tem que ser regulada, a Justiça tem que tomar decisão e, toda vez que houver mentira, nós vamos entrar com processo para tirar”, diz Lula.
Em sua resposta, Bolsonaro leu a decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, que mandou a campanha do PT tirar do ar o vídeo em que Bolsonaro fala sobre “pintar um clima” com meninas venezuelanas.
“Me acusou de pedofilia, tentando me atingir naquilo que tenho mais de sagrado. Defesa da família brasileira, defesa das crianças”, defendeu-se o candidato à reeleição.
Nas considerações finais, Bolsonaro discursou sobre desejar um país livre e com liberdade de expressão, além das pautas já abordas sobre sua campanha como proibição de drogas, liberdade religiosa e aborto.
Já Lula usou suas considerações finais para rebater a fala de Bolsonaro, usando como argumento o fato de ter sancionado a lei de liberdade religiosa. O candidato também chamou o adversário de “ditadorzinho”, e afirmou que vai governar para tirar a população da extrema pobreza.