Na noite desta terça-feira, dia 30, os presos da operação Sangria, deflagrada pela Polícia Federal, foram encaminhados para as unidades prisionais de Manaus e estão à disposição da Justiça Federal.
A secretária de saúde Simone Papaiz está no Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), no km da BR-174, que liga a capital a Presidente Figueiredo. Ela cumpre prisão temporária.
O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, disse, ainda ontem, que a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) é responsável por dar “o posicionamento técnico para aquisição de material médico” e que, por isso, a secretária estadual Simone Papaiz foi alvo de prisão temporária na Operação Sangria.
“O que nós percebemos nessa operação é que, além do superfaturamento do preço, havia também uma inconsistência, uma inadequação do equipamento que seria comprado para utilização para socorrer as vítimas da Covid-19. Por isso que o delegado entendeu por bem representar pela prisão dela”, disse Saraiva.
O argumento de Saraiva para prender Simone Papaiz destoa da apuração da CPI da Saúde da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) de que a homologação da compra dos 28 respiradores por R$ 2,9 milhões foi feita no dia 8 de abril pelo ex-secretário executivo João Paulo Marques. Conforme o ex-secretário, nesse dia Papaiz ainda não era secretária.
Demais presos
Na mesma unidade com ela estão Alcineide Figueiredo Pinheiro, ex-gerente de compras da Secretaria de Saúde e Luciane Zuffo Vargas de Andrade. Renata Cássia Dias Mansur Silva, sócia da Sonoar, está presa em São Paulo.
Os outros quatro detidos: João Paulo Marques dos Santos (JP), secretário-adjunto de Saúde; Perseverando da Trindade Garcia Filho, ex-secretário-executivo adjunto de Saúde foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CDPMP); e Fábio José Antunes Passos, proprietário da empresa FJAP & Cia; e Cristiano da Silva Cordeiro, empresário, foram para o Centro de Detenção Provisória Masculino 2 (CDPM).
Todos eles são suspeitos de integrar um grupo que superfaturou a compra de respiradores adquiridos pela Susam.
Simone e as outras sete pessoas ligadas à Susam tiveram mandados de prisão temporária determinados pelo ministro Francisco Falcão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Eles são suspeitos de envolvimento em fraudes e desvios na compra de respiradores, com dispensa de licitação, que custaram R$ 2,9 milhões ao cofres do Amazonas. O Ministério Público do Estado (MP/AM), aponta que eles eram liderados pelo governador Wilson Lima.