O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) instaurou um procedimento investigatório criminal, para apurar suposta ilegalidade da Polícia Civil do Amazonas que estaria mantendo o salário de delegado da Polícia Civil do Amazonas a Gustavo de Castro Sotero, mesmo após ter sido condenado a 30 anos e 2 meses de prisão por homicídio. O delegado foi condenado pelo Tribunal do Júri, em novembro de 2019, pelo assassinato do advogado Wilson Justo Filho.
Em novembro de 2017, o delegado matou o advogado na casa de shows Porão do Alemão com quatro tiros e ferindo mais três pessoa durante uma briga.
O procedimento foi instaurado pela 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial (Proceap), sob a coordenação da promotora Christiane Dolzany Araújo, conforme a portaria nº 108.2020.60.1.1, publicada nesta quinta-feira, dia 25, no Diário Oficial do MPAM referente ao dia 24.
Sotero continuou recebendo o salário de delegado mesmo preso desde 2017. Devido à norma da Constituição, ele só deixaria de receber o salário se fosse condenado pelo crime. A condenação saiu em novembro, porém o delegado continua recebendo o salário de R$ 25 mil, como consta na folha de pagamento dos servidores da PC-AM, no Portal da Transparência do Governo do Amazonas. Entre janeiro e maio, Sotero recebeu mais de R$ 130 mil de salário pago pelo Estado.