*Da Redação Dia a Dia Notícia
Jair Bolsonaro será o primeiro presidente a terminar o mandato, desde o Plano Real, a deixar o salário mínimo valendo menos do que quando iniciou seu mandato. Nenhum governante neste período, seja no primeiro ou segundo mandato, entregou um salário mínimo que tivesse perdido poder de compra.
A perda será de 1,7% , de acordo com o calculo de Tullet Prebon Brasil. Isto se a inflação não acelerar mais do que o previsto pelo mercado no Boletim Focus, do Banco Central, base das projeções da corretora. As previsões vêm sendo revisadas para cima há 16 semanas. O piso salarial cairá de R$ 1.213,84 para R$1.193,37 entre dezembro de 2018 e dezembro de 2022, descontada a inflação.
O salário mínimo está na Constituição brasileira, que o protege de perdas do poder de compra, sendo obrigatória a recomposição da inflação.
Cerca de 33,8 milhões de trabalhadores ganham até um salário mínimo, representando 35,3% do total de ocupados no país. Das admissões com carteira em março de 2022, 21% foram de um salário mínimo. E cerca de 64% das aposentadorias e pensões do INSS são de um salário mínimo.
Dois fatores explicam a perda inédita. Um deles é o ajuste fiscal, pelo peso do salário mínimo na indexação do Orçamento da União, ou seja, reajustes no piso têm impacto em uma gama de outras despesas, como benefícios sociais e gastos com Previdência. O segundo é a aceleração da inflação.
Há três anos, não há reajuste do piso acima da inflação. O último foi em 2019, quando ainda prevalecia a regra de correção, que considerava a inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
*Com informações do O Globo