*Da Redação Dia a Dia Notícia
O câncer de ovário, considerado uma doença ginecológica rara e silenciosa, é responsável por 3% das neoplasias malignas em mulheres no Brasil, com projeção de 6.650 novos casos por ano. No estado do Amazonas, são 80 novos registros por ano, sendo uma média de 5,46 diagnósticos para cada 100 mil pessoas, dado esse que coloca a alteração em oitava na lista de incidência para o sexo feminino. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
No Dia Mundial de Conscientização sobre o Câncer de Ovário, celebrado neste domingo (8), o cirurgião oncológico e voluntário da Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), Manoel Jesus Pinheiro Júnior, alerta que, por não apresentar sintomas na fase inicial, a alteração é, geralmente, detectada já na fase avançada, o que dificulta o tratamento.
“A principal arma contra o câncer de ovário é a detecção precoce, que pode ocorrer, por exemplo, durante um check up anual, indicado para mulheres a partir dos 40 anos, ou, mais cedo, para aquelas que têm histórico de câncer na família”, destacou.
Os ovários são duas glândulas do sistema reprodutor feminino responsáveis pelos hormônios sexuais e produção e armazenamento dos óvulos, consideradas células reprodutivas. De acordo com Manoel Jesus Júnior, o câncer de ovário pode ocorrer não só no ovário, mas também nas trompas de falópio, responsáveis, no processo da gravidez, por transportar os óvulos até o ovário.
Os principais tipos são: tumores epiteliais, tumores de células germinativas e tumores estromais. Em uma fase intermediária ou avançada, a alteração pode apresentar sintomas como constipação intestinal (prisão de ventre), dores abdominais difusas, problemas ou desconfortos digestivos (dispepsia), aumento no volume abdominal, entre outros.
Fatores de risco
“O principal fator de risco para o câncer de ovário é a idade. Não ter filhos e o fator hereditário (que transfere detalhes genéticos de pais para filhos), também podem influenciar diretamente no desenvolvimento desses tumores. Se a mulher tiver histórico desse tipo de doença na família, as chances de desenvolvê-lo são maiores. Por outro lado, quanto mais filhos a mulher tiver, menores são as probabilidades de se ter o câncer de ovário, por conta da amamentação, considerada protetora contra a doença”, destaca o cirúrgião.
Outro detalhe, segundo o especialista, é que mulheres com câncer de ovário têm mais chances de desenvolverem o câncer de mama. A correlação existe em função de fatores genéticos que elevam o risco.
Apesar de silenciosa, quando descoberta na forma precoce, a doença tem maiores chances de cura. O tratamento pode envolver, principalmente, cirurgia para a ressecção de um ou ambos os ovários (ooforectomia). E, dependendo da extensão do câncer (se está localizado ou em fase de metástase), pode requerer quimioterapia e também radioterapia.