As medidas adotadas pelas equipes de enfermagem, com o apoio de demais profissionais e gestores da saúde, têm ajudado a salvar vidas, especialmente nos serviços de Urgência e Emergência do Amazonas. Além do desafio de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, há também o da capacitação e atualização periódica para a melhoria da assistência, algo que ocorre de forma paralela às práticas de segurança ao paciente e ao trabalhador, explica a presidente da Associação Segeam (Sustentabilidade, Enfermagem e Gestão em Saúde), enfermeira Karina Barros.
O aperfeiçoamento dos protocolos de segurança, ocorrido desde o início da pandemia no Brasil, garantiu que grande parte dos profissionais não fosse contaminada durante a atuação em saúde.
No caso dos enfermeiros emergencistas, a realização ou suporte às entubações, reanimações de pacientes portadores de Covid-19 e o frequente contato com secreções e gotículas de saliva (aerossol), além da prática de aspirar as vias respiratórias, colocam os profissionais de frente com o vírus, diariamente. Por isso, a insistência no uso contínuo de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e álcool gel 70% antisséptico durante os plantões.
“O face shield (viseira), por exemplo, impede que na hora da reanimação, na qual parte dos pacientes está em ventilação mecânica, a chuva de aerossol chegue até o profissional de saúde. Associado às máscaras, a proteção é ainda maior”, destaca.
Modalidades e classificação de risco
Entre as modalidades de pacientes recebidos nos serviços de Urgência e Emergência, estão: os clínicos, os traumáticos e os com Covid-19. Há casos em que pacientes com Covid se enquadram nas três categorias. Outra medida adotada com a chegada da Covid-19, foi a adaptação do Protocolo de Manchester, conhecido popularmente como Classificação de Risco.
Uma derivação desse protocolo, que usa as cores para determinar a gravidade de cada paciente, e assim, a prioridade no atendimento, gerou as chamadas Salas Rosas, que contém sua própria subclassificação, conforme o grau de gravidade da Síndrome Respiratória Aguda (SRA). O tema foi abordado durante a Primeira Semana da Enfermagem Segeam, que contou com a participação de profissionais de diversas áreas de atuação.
Nota Técnica
Em março deste ano, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) emitiu mais uma nota técnica, com recomendações aos profissionais da enfermagem, durante a pandemia do novo Coronavírus, que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), em janeiro. A nota também reforça medidas educativas que visam minimizar os efeito da pandemia.
Na nota, a entidade destaca a relevância da Enfermagem na detecção e avaliação dos casos suspeitos, não apenas em razão de sua capacidade técnica, mas também por constituírem-se no maior número de profissionais da área da saúde, e serem a única categoria profissional que está nas 24 horas junto ao paciente.
Recomendações:
- realizar a higiene das mãos antes e depois do contato com pacientes ou material suspeito e antes de colocar e remover os Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
- evitar exposições desnecessárias entre pacientes, profissionais e visitantes dos serviços de saúde;
- estimular a adesão e adotar as demais medidas de controle de infecção institucionais e dos órgãos governamentais (Ministério da Saúde, Anvisa e Secretarias de Saúde);
- apoiar e orientar medidas de prevenção e controle para o novo Coronavírus (COVID-19);
- reforçar a importância da comunicação e notificação imediata de casos suspeitos para infecção humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);
- manter-se atualizado a respeito dos níveis de alerta para intervir no controle e prevenção deste agravo;
- estimular a equipe de Enfermagem a manter-se atualizada sobre o cenário global e nacional da infecção humana pelo novo Coronavírus (COVID-19), por meio de fontes de informação oficiais;
- orientar e apoiar o uso, remoção e descarte de Equipamentos de Proteção Individual para os profissionais da equipe de enfermagem de acordo com o protocolo de manejo clínico para a infecção humana pelo novo Coronavírus (COVID-19), conforme recomendação da Anvis;
- realizar a limpeza e desinfecção de objetos e superfícies tocados com frequência pelos pacientes e equipes assistenciais, entre outros.
Confira a íntegra da nota: http://www.cofen.gov.br/cofen-publica-nota-de-esclarecimento-sobre-o-coronavirus-covid-19_77835.html