O Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM) aponta que o decreto editado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, pode levar à diminuição da arrecadação federal e consequentemente à perda de empregos locais. A medida vai beneficiar as indústrias do Sul e Sudeste do país, enquanto prejudicará os fabricantes locais. Para o conselho, a redução do IPI anunciada deve afetar negativamente a Zona Franca de Manaus. Isso porque, com os preços dos produtos mais baixos, as empresas que produzem na região terão menor competitividade no mercado internacional.
Na véspera do feriado de Páscoa, o presidente editou o decreto que reduz as alíquotas de produtos Industrializados na Tabela de Incidência do Imposto de Produtos Industrializados (TIPI). Com isso, torna-se permanente a redução de 25% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), atingindo diretamente a Zona Franca de Manaus (ZFM). As alterações começam a valer a partir do dia 1º de maio.
“Ao retirar os incentivos fiscais da região amazônica, o governo está prejudicando milhares de trabalhadores que dependem da indústria local para sobreviver. Além disso, esses mesmos trabalhadores pagarão mais impostos caso sejam transferidos para outras regiões do país – o que acabará por reduzir sua renda familiar e afetar diretamente sua qualidade de vida. Com isso, milhares de postos de trabalho estão ameaçados na região Norte do Brasil. A indústria manauara é responsável por quase metade dos empregos gerados na Zona Franca e esses postos poderiam ser perdidos se o governo não tomasse uma medida compensatória para amenizar esses impactos negativos”, aponta o Conselho em nota divulgada nas redes sociais.
O conselho considera que é importante ressaltar que a redução do IPI não irá gerar os resultados esperados pelo governo federal e só traria prejuízos à população brasileira com um impactante custo social elevado.
Economistas também alertam que essa medida vai prejudicar principalmente as indústrias locais e os trabalhadores brasileiros. Além disso, há grandes chances de que haja uma alta nos preços dos produtos nacionais já que eles passariam a concorrer diretamente com os importados mais baratos. Por fim, cabe ressaltar que este é apenas mais um golpe contra a população mais vulnerável do nosso estado e país.