*Da Redação Dia a Dia Notícia
Entre os anos de 2019 a 2021, a ocorrência de diarreia aguda, uma das principais doenças de veiculação hídrica (quando a água contaminada é o principal meio de transmissão), vem apresentando uma redução na cidade de Manaus. A queda de casos foi de 39%, passando de 99.974 para 60.958 registros na capital. Os dados são da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP).
Especialistas apontam que melhoria nos índices de saúde da cidade se deve ao fator de Manaus ter sido a capital brasileira que mais ampliou o acesso à água tratada de qualidade nos últimos três anos.
Geani Souza, coordenadora estadual do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua), setor vinculado à FVS-RCP, ressalta que o maior acesso à água tratada tem uma relação direta com as melhorias dos índices de saúde. “Quando a população tem acesso a uma água de qualidade, dentro dos parâmetros recomendados na legislação, o número de casos de doenças relacionadas à água consegue ser reduzido. Consequentemente, as pessoas têm impactos positivos no bem-estar e na qualidade de vida”, disse.
O médico sanitarista Homero de Miranda Leão explica que vírus, bactérias, protozoários e outros parasitas presentes em uma água de má qualidade são os causadores das doenças de veiculação hídrica. No Amazonas, diz ele, a Hepatite A, febre Tifoide, diarreia e amebíase são as que apresentam maior incidência. Com 40 anos de atuação como médico sanitarista, Homero afirma que vem observando a redução de casos das doenças de transmissão hídrica como consequência dos investimentos realizados na melhoria da qualidade da água, considerada o principal alimento da população. “A melhoria da qualidade de nossa água é indiscutível, se traduzindo em milhares de vidas salvas, especialmente das crianças, que tem a diarreia infecciosa como uma das principais causas de morte”, pontuou.
Nos últimos anos, Manaus foi a capital que mais investiu em saneamento no Norte e Nordeste. Desde 2018, foram em média R$ 167,48 milhões por ano. O montante se iguala ao investimento do Recife no mesmo período (2018 a 2020). Os dados são do Ranking do Saneamento 2022, promovido pelo Instituto Trata Brasil e GO Associados.