*Da Redação Dia a Dia Notícia
O pastor e deputado federal Marco Feliciano (Republicanos-SP) apagou uma postagem do Twitter na qual elogiava o filme Como se tornar o pior aluno da escola, do apresentador Danilo Gentili. O filme está sendo acusado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) de fazer apologia à pedofilia por conta de uma cena do personagem de Fábio Porchat, vilão da produção.
Ex-apoiador e hoje crítico de Bolsonaro, Danilo Gentili começou a receber ataques na internet após o filme ser adicionado ao catálogo da Netflix. A maior parte dos ataques veio de perfis bolsonaristas. Toda a polêmica envolve uma cena do personagem Cristiano (Fábio Porchat), um dos vilões do filme e que possui desvios sexuais, tentando assediar os protagonistas do filme, Pedro (Daniel Pimentel) e Bernardo (Bruno Munhoz), à epoca com 13 anos de idade.
Após o levante virtual contra os comediantes, críticos do presidente recuperam uma postagem de Feliciano elogiando o filme no Twitter. O pastor apagou a postagem e tentou se retratar afirmando que não tinha visto a cena porque teria “saído para atender telefone”.
Comunico q apaguei o tuíte de 2017 onde elogiei o filme do Danilo Gentili. Confesso q ñ me recordo da cena q faz apologia à pedofilia, devo ter saído p/atender telefone. Se tivesse visto faria o q sempre fiz c/outros filmes, teria denunciado. Ainda dá tempo, tomando providências.
— 👊🇧🇷 Marco Feliciano (@marcofeliciano) March 14, 2022
O ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou que tomaria medidas contra o filme, posição compartilhada pelo secretário especial de Cultura, Mário Frias, e por deputados aliados de Bolsonaro como Carla Zambelli (União-SP).
Na época do lançamento, o filme foi criticado pelas mesmas razões. O jornalista Diego Bargas publicou uma crítica no jornal Folha de S. Paulo com o título “Comédia juvenil ri de bullying e pedofilia”. Após a postagem, Danilo Gentili estimulou seus seguidores a perseguir Bargas e o veículo de imprensa, ao ponto de fazer o jornalista ser demitido. Bargas foi inclusive xingado pelo humorista e pelo diretor do filme, Fabrício Bittar, de “militante travestido de jornalista” por seus posicionamentos em defesa do Partido dos Trabalhadores (PT).
Nessa mesma época, por ser um crítico ferrenho do PT, Danilo Gentili foi defendido por apoiadores de Jair Bolsonaro, então pré-candidato à presidência da República, enquanto agora os mesmos apoiadores o acusam de apologia ao crime.
Danilo rebate
Após os ataques na rede social, Danilo Gentili fez uma postagem afirmando ter “o maior orgulho” por conseguir desagradar “com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista”. O humorista também chamou as críticas de “chiliques” e “falso moralismo”.
O maior orgulho que tenho na minha carreira é que consegui desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista.
Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento: veio forte contra mim dos dois lados.
Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu.
Sigo rindo 🙂 pic.twitter.com/zh4sz2aZcr
— Danilo Gentili 🇺🇦 (@DaniloGentili) March 13, 2022