Diante da alta rejeição de Jair Bolsonaro (PL) entre as eleitoras, o entorno do presidente passou a defender maior participação da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na campanha em busca da reeleição.
A avaliação do núcleo que define a estratégia eleitoral de Bolsonaro é a de que Michelle é carismática e pode ajudar a humanizar a imagem do chefe do Executivo, que conta com a rejeição de 61% das mulheres, segundo a mais recente pesquisa do Datafolha.
De acordo com o mesmo levantamento, 55% da população feminina avalia o governo Bolsonaro como ruim ou péssimo.
Atuante nas redes sociais, Michelle tem tido papel discreto no governo, mas atua em projetos de caridade e é militante da causa de doenças raras. Na última semana, no Palácio do Planalto, participou de um evento sobre o tema.
A avaliação na campanha do presidente é que Michelle é articulada e agrega positivamente à imagem de Bolsonaro. Segundo interlocutores, ela teria se mostrado disposta a ter um papel mais atuante na disputa.
Desta forma, o objetivo será aproveitar o potencial dela tanto em viagens ao lado do mandatário como nas propagandas partidárias que serão exibidas.
Líderes do PL, inclusive, gostariam de filiar a primeira-dama, mas ela não demonstrou estar à disposição.
Michelle tem ajudado, contudo, na ida de outras mulheres para o partido do clã Bolsonaro. Na semana passada, por exemplo, Michele foi à filiação de Ana Amália Barros, influenciadora digital e ativista dos direitos de monoculares. Amália será candidata a deputada federal em Mato Grosso.
Evangélica da Igreja Batista Atitude de Brasília, a primeira-dama também acompanhou com entusiasmo a indicação e aprovação de André Mendonça para a vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
No ano passado, após ter o nome chancelado pelos senadores, a imagem de comemoração de Michelle, falando “a língua dos anjos”, acompanhada pelo ministro, sua família e parlamentares, causou frisson nas redes sociais.
Integrantes do governo saíram em sua defesa contra o que chamaram de intolerância religiosa. A primeira-dama, segundo relatos, foi essencial para garantir que o presidente não cedesse às pressões, inclusive de aliados mais próximos, e mantivesse a indicação de Mendonça à vaga.
*As informações são da Folha de São Paulo