Falecido nesta terça-feira vítima de complicações de um AVC, o jornalista Arnaldo Jabor marcou a história da comunicação no Brasil, principalmente devido a seus comentários pontuais e, por vezes, ácidos. Desde a década de 1990, Jabor participava de programas jornalísticos da TV Globo como comentarista político.
Relembre as principais polêmicas envolvendo Arnaldo Jabor no jornalismo:
“Problema sexual” de Bolsonaro
Em 2020, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma insinuação sexual contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, autora do livro “A Máquina do Ódio”, no qual esmiúça o modo de agir das milícias digitas que espalham desinformação em favor de Bolsonaro. O presidente afirmou que Campos Mello “queria dar o furo a qualquer preço”.
Ao jornal O Globo, Jabor afirmou o seguinte sobre o caso:
“Há um aspecto importante que não vem sendo analisado: o problema sexual do presidente. Dele e de seu entorno. Vocês já repararam como o tema homem e mulher era tratado por Bolsonaro desde antes de ele ser eleito? Só se fala em sexo”.
Arnaldo Jabor fez outras críticas a Bolsonaro e ao seu governo. O jornalista comentou que “Bolsonaro já brigou com uma deputada a quem ‘não estupraria’, já disse no ar que gastava dinheiro em Brasília ‘comendo gente’, além de ser muito estranha sua fixação de atacar a homossexualidade”.
Os vinte centavos das jornadas de maio
Durante os intensos de protestos ocorridos em 2013, chamados posteriormente de Jornadas de Maio, Arnaldo Jabor criticou os manifestantes e atribuiu todo o ocorrido em São Paulo à “ignorância política”, chegando a afirmar que os vinte centavos de aumento na passagem de ônibus, primeira causa dos protestos, não fariam falta aos filhos da classe média, os quais Jabor citava como autores das manifestações.
Nas redes sociais, ainda em seus primórdios, os usuários criticaram o jornalista, que tentou amenizar a situação em sua coluna na rádio CBN. Jabor assumiu que errou e mudou seu discurso, dizendo que os protestos haviam se tornado uma “força política original”.
Deputados canalhas
Em 2007, ao vivo para todo o Brasil, Arnaldo Jabor ironizou os enormes gastos com combustíveis declarados por deputados federais. O jornalista chamou os parlamentares de “canalhas” e pediu a prisão deles, sem citar nomes.
O então presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), chegou a declarar à imprensa que iria processar Jabor, mas pouco depois disse que reavaliaria a decisão “caso o comentarista da CBN volte atrás e esclareça melhor suas declarações”.
*com informações de Diário do Nordeste
