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Caso Delmo: relembre o caso de um dos crimes mais violentos do AM que completa 70 anos

*Da Redação do Dia a Dia Notícia

Entre diversas histórias que marcaram a trajetória de Manaus, uma delas teve repercussão internacional. Na década de 50, o ‘Caso Delmo’ se tornou uma parte da história da capital amazonense. Foi no dia 31 de janeiro de 1952 que aconteceu o maior processo criminal do Brasil.

José Firmino e José Honório, duas pessoas que estavam acordados fazendo seus trabalhos durante a noite. Um era vigia da serraria Pereira e o  outro era taxista. No dia, o estudante Delmo Campelo Pereira, filho do proprietário da serraria saiu com a finalidade de conseguir dinheiro para fazer o pagamento das mensalidades atrasadas do clube onde pretendia comemorar o carnaval.

Foi quando Delmo teve a ideia de assaltar a serraria do próprio pai. Foi em frente a um boteco que o estudante havia pegado o carro, o qual José Honório dirigia. Entrou e pediu para que o motorista seguisse para a Serraria Pereira. Ao chegar, Delmo pediu para que o taxista o esperasse e após dar uma voltar pelo local para nao despertar suspeitas, foi ao encontro de José Firmino, o qual pediu para entrar no local, afirmando que no interior havia um começo de incêndio.

No início, o vigia relutou e afirmou que a informação não tinha fundamento. Foi quando Delmo fez novas tentativas para conseguir entrar, foi quando decidiu agredir o vigia pelas costas, com profundos golpes na cabeça. José Firmino surpreendido, pois nao imaginava que o filho do patrão fosse fazer aquilo, não esboçou nenhuma reação. Após esconder o corpo do vigia por trás de alguns tambores, Delmo entrou no local e voltou ao veículo pedindo para José Honório fosse direto para o Cabaré de Flores.

Como imaginava, o motorista poderia estar percebendo o crime, Delmo decidiu eliminar a única testemunha do seu ato. Foi aí que o estudante pediu para que o taxistas passasse pela estrada de Campos Sales, afirmando que ali havia a chácara de uma amigo com quem havia marcado um encontro. Há pouco tempo do cabaré, Delmo mandou José Honório parar o carro, sob o pretexto de que precisava satisfazer a uma necessidade.

Na serraria Delmo não havia encontrado dinheiro, mas encontrou uma arma calibre 38, onde colocou por debaixo da roupa, em posição para alvejar, e em seguida chamou o taxista e pediu-lhe um pedaço de papel. Ao voltar para o carro, o estudante desferiu dois tiros pelas costas. Mesmo ferido, José Honório conseguiu chegar ao automóvel, mas logo Delmo conseguiu alcança-lo e desferiu mais dois tiros, chegando a matar o motorista.

Já pela manhã, todo mundo da capital amazonense acordou abalada. Em contrapartida, Delmo procurou o pai, confessando a autoria do crime. Mas, para a sua surpresa, o vigia não havia morrido. Com isso, a vítima revelou o nome do agressor, acrescentando que havia mais dois cúmplices. Foi quando no quinto dia depois da morte, Delmo havia sido reconduzido pelo Serviço de Socorros de Urgência para a polícia, de acordo com instruções do Dr. Rocha Barros.

Assassinos de Delmo

Durante a partida da ambulância com apenas um investigador que estava desarmado, e ao chegar em frente aos cinemas Guarani e Polytheama, próximo da Polícia Militar e foi quando foi assaltada por um grupo de taxistas exaltados. Com isso, ele foi conduzido em um dos veículos mobilizados pelos taxistas para o local baixio dos Franceses, na estrada de São Raimundo.

Em um lugar tao difícil, onde os carros não puderam chegar, foi consumido uma tragédia. Os taxistas com vontade de vingar a morte do amigo, foram todos para cima do estudante. Foi aí que Delmo encerrou seu ciclo de vida, depois de ser barbaramente espancado e seviciado. Mesmo para as pessoas que presenciaram a barbaridade, o cadáver de Delmo não poderia ser olhado com um olhar de piedade.

Sem roupa da cintura para cima, Delmo apresentava em todo o corpo os vestígios da tortura sofrida. No tórax havia equimoses de chicotadas desferidas com fios de eletricidade. Outra parte terrível que marcou a sua ida, foi o tronco que ficou para fora aberto. Na sua impaciência, na sua febre de fazer justiça com as próprias mãos, os choferes tinham cometido o mais monstruoso assassinato de que se tinha notícia no Brasil.

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